Por Silvio Sibemberg
Sou judeu e como todos, indignado com os acontecimentos. Por isso, essa carta aberta aos meus patrícios:
O que será que vocês, que não se manifestam por timidez, acomodação ou covardia esperam? Que se repita a Alemanha do Holocausto onde o silêncio de todos fez com que, de forma resignada, fossemos levados como gado para os campos de concentração? Onde esta o ativismo judeu de todos, que por estar pouco atuante é corresponsável pelo recrudescimento do antissemitismo? Vamos continuar calados como se não estivéssemos vendo e ouvindo manifestações contra nossa gente e Israel por todo o lado? Não basta se perguntar por que ou dizer a boca pequena que não esperava ter que passar por isso, temos que manifestar de todas as formas nossa inconformidade. Hoje, ao contrário dos anos quarenta do século passado, quando os alemães começaram a nos caçar, temos várias ferramentas disponíveis para nos fazer ouvir. A internet e as redes sociais estão aí para isso. Precisamos reunir os amigos não judeus e expor a verdade dos fatos. E deixá-los argumentar ao contrário.
Debater a exaustão se for o caso. Se não o demovermos de suas concepções sobre os acontecimentos, importante pelo menos suscitar duvidas nessas mentes impregnadas por narrativas defeituosas. Não podemos continuar fazendo de conta ou simplesmente deixar de ser “amigos” deles nas redes. Que sempre desconfiamos que eram antissemitas esperando ocasião propícia para botar as unhas de fora, desconfiamos e sabíamos. Nunca nos enganamos com esses falsos amigos que, entre eles, sempre nos trataram de forma jocosa e preconceituosa. Na nossa frente são uns anjos e fazem questão dizer que têm vários amigos judeus. Esses são os piores, sentem necessidade de justificar a honestidade e retidão de princípios como se isso fosse exceção. Ou aqueles que dizem que gostam de nós porque somos judeus “diferentes” dos outros. O que pensam dos outros esses hipócritas? Qual a diferença? Basta de mentiras seculares arraigadas na mente dessas pessoas sobre nós, como as versões sobre a traição e morte de Cristo que, embora desmistificadas recentemente pela Igreja católica, continuam vivas em muitas cabeças.
Precisamos exercer o “NEVER MORE” em sua plenitude. O NUNCA MAIS é agora, é hoje. É agir como o Estado de Israel está agindo, não deixar dúvidas de que nunca mais seremos vitimas de preconceitos e fanatismos antissemitas. E não adianta trocarmos mensagens e imagens entre nós sobre os acontecimentos, precisamos dar publicidade, nos expormos, enfim. Não podemos nos intimidar ou calar por estarmos momentaneamente governados por um regime de esquerda simpático a causa palestina e até mesmo ao grupo terrorista Hamas. Eles politizaram a vida de inocentes chacinados para defenderem sua ideologia comunista. Não nos enganemos, se o chefe de governo israelense fosse de esquerda também achariam um jeito de destilar seu veneno contra nós.
Sem essa, patrícios, de que são contra Netanyahu e por isso estão quietos. Acham que quando os fanáticos pintarem nossas casas com estrelas de Davi vão perguntar se somos de esquerda ou de direita ou depois, antes de trucidarem nossas famílias?
Nossas entidades recomendam não sairmos às ruas ostentando símbolos judeus, acham arriscado. Não seria mais perigoso nos escondermos embaixo da cama ou nos porões de nossas casas?
Por Percival Puggina
Ministros do STF gostam de se apresentar como membros do poder mais zeloso pelo bem do país e pela democracia. No entanto, abriram a torneira dos recursos públicos para o financiamento das campanhas eleitorais e partidos floresceram no deserto das ideias. No entanto, também, impediram a aplicação da cláusula de barreira quando ia começar a valer na eleição de 2006.
Pela confluência desses dois vetores, o Congresso Nacional tem, hoje, 22 bancadas! Pode parecer inusitada a relação de causa e efeito, mas é também por eles que a sociedade custeia, hoje, quatro dezenas de ministérios! Atraídos por cargos, verbas públicas e espaços de poder, partidos sem rosto e com nomes impróprios se transformaram em estabelecimentos dedicados ao business da corretagem do apoio político-parlamentar ao governo.
Foi grotesco, foi indecoroso, mas todos pudemos assistir à forma como em poucas semanas, uma “consistente maioria” conservadora, ou liberal, ou de direita, ou de centro direita, eleita e proclamada como tal em 2022, bandeou-se de mala e cuia, como dizemos aqui no Rio Grande do Sul, para o calor e o sabor do assado governista, onde toda a picanha é consumida ali mesmo, na beira do fogo, se me faço entender.
Recentemente e em boa hora, foi criado um site que cidadãos de bem e os eleitores com cotidiana repulsa ao noticiário nacional deveriam manter registrado entre os favoritos no seu computador ou em lugar de fácil acesso de seu celular. Anote aí:
https://placarcongresso.com/pages/partidos.html
Essa verdadeira preciosidade presta serviço valioso à memória e à informação dos eleitores. Contém, por parlamentar, por partido e por estado da Federação, dados de assiduidade ao plenário e de votos concedidos ao governo e à oposição nas deliberações da Câmara dos Deputados.
O site é de muito fácil manuseio e consulta. Com dados de 83 deliberações em que o governo indicou à sua base orientação favorável ou desfavorável, esse site permite identificar a posição governista ou oposicionista de cada deputado. A partir desses registros, observa-se que dos 22 partidos, apenas dois: PL e Novo, foram decididamente oposicionistas! Todos os outros 20 deram mais votos ao governo do que à oposição. Entre os 513 deputados, não chegou a uma centena o número dos que votaram contra o governo em mais da metade dos projetos nos quais este indicava sua posição. Por fim, descobre-se que apenas as representações de três estados – Santa Catarina, Mato Grosso e Roraima – foram oposicionistas.
Maus políticos e maus partidos têm grande estima por eleitores desinformados e omissos. Prestigiam a ignorância e precisam da mediocridade.