O pensador Leandro Ruschel separou o seguinte trecho de uma entrevista do @elonmusk para a CNBC, que talvez seja o definidor do tempo em que vivemos.
- O militante de redação pergunta a Musk por que ele emite opiniões polêmicas, já que elas podem prejudicar os seus negócios.
O exemplo mencionado foi um tweet de Musk sobre George Soros, tratando CORRETAMENTE o globalista como "inimigo da humanidade", que busca "destruir o tecido da civilização", comparando-o ao vilão Magneto.
"As pessoas que compram Tesla podem não concordar com você", afirmou o entrevistador. "Anunciantes do Twitter podem não concordar".
"Por que não dizer isso apenas em conversas privadas?"
O homem mais rico do mundo então lembra é uma questão de liberdade de expressão.
O militante de redação insiste: "por que se colocar em questões divisivas? Isso faz de você um para-raios para críticas...".
Depois de uma longa pausa, Musk dá exemplo da cena de um filme, em que o personagem fala "ofereça-me dinheiro, ofereça-me poder, eu não me importo".
"Vou dizer o que quero dizer, e se a consequência disso for perder dinheiro, que seja."
Alexander Soljenítsin, o escritor russo que DESTRUIU qualquer resto de superioridade moral que poderia ainda ser alegado no projeto comunista soviético, ao escrever o "Arquipélago Gulag", expondo toda brutalidade do regime, afirmava que a mentira é o grande combustível de qualquer ditadura.
A cientista política Alemã Elisabeth Noelle-Neumann criou a teoria da "espiral do silêncio" para explicar o fenômeno, em que as pessoas deixam contrariar a opinião dominante, com medo de represálias, ou simplesmente em busca de aceitação social.
Recebo com certa frequência a pergunta: "por que você se expõe? Você é um empresário de sucesso, por que se arriscar em se opor ao establishment?"
Eu simplesmente sinto um dever moral de me posicionar. É exatamente o silêncio dos bons que alimenta o mal.
Acredito que a maioria das pessoas não concorda com a agenda extremista de esquerda em curso, mas simplesmente acha mais fácil não contrariar o status quo, favorecendo a sua implementação.
A mensagem de Musk é simples e poderosa: não vale a pena ter dinheiro, e poder, se você não tem liberdade. De outra forma, você se transforma num escravo do sistema, mesmo tendo bilhões de dólares.
Por Percival Puggina
Estava imaginando o que passou pela cabeça de um cidadão cubano quando tomou conhecimento da lista de convênios que Lula e sua comitiva assinaram com o governo de seu país na recente visita a Havana, espécie de Jerusalém do comunismo decrépito.
Há alguns anos, época em que muito debati com representantes dos partidos de esquerda, em especial membros de um muito ativo movimento de solidariedade a Cuba, ouvi deles que no Brasil existem miseráveis ainda mais miseráveis do que em Cuba. Eu os contestava dizendo que ninguém desconhecia a pobreza existente aqui, mas era preciso observar uma diferença essencial entre a situação nos dois países. Aqui, os pobres convivem com carências alimentares por falta de meios para adquirir alimentos; em Cuba, mesmo que o povo dispusesse dos meios, não teria o que adquirir porque a economia comunista, como se sabe, é improdutiva.
Esse é um dos motivos, dentre muitos outros, para que ninguém caia na balela de que o comunismo é bom para “acabar com a pobreza”. O que aconteceu com o setor açucareiro dá excelente exemplo. No final dos anos 1960, a URSS se dispôs a comprar 13 milhões de toneladas anuais de açúcar cubano, a partir da safra 1969/1970. O país produzia entre três e quatro milhões de toneladas, com tendência decrescente. Muitas atividades da ilha foram suspensas e comunistas do mundo todo foram trabalhar naqueles canaviais. Conseguiram sete milhões de toneladas.
Trinta anos mais tarde, quando fui a Cuba pela segunda vez, a safra 2002/2003 fora tão escassa que Cuba importava açúcar! Depois, a produção andou pela casa dos dois milhões de toneladas e no ano passado bateu em meio milhão. A história do açúcar é a história da balança comercial e do consequente déficit cambial cubano. Daí o pagamento não em dólares, mas em charutos ou “outras moedas” ... Daí também o motivo pelo qual, se você excluir estrangeiros residentes, turistas, membros da elite partidária e militar, a carência é generalizada.
Imagine então um cidadão cubano sendo informado pelos órgãos de divulgação do estado de que seu país firmara acordo com o Brasil sobre trocas de tecnologia e de cooperação técnica em agricultura, pecuária, agroindústria, soberania e segurança alimentar e nutricional, mudas, bioinsumos e fertilizantes, agricultura de conservação, agricultura urbana e periurbana; produtos alimentares prioritários para consumo humano e animal, reprodução de espécies agroalimentares prioritárias; uso eficiente da água, cadastro e gestão da terra e abastecimento agroalimentar. E mais biotecnologia, bioeconomia, biorrefinarias, biofabricação, energias renováveis, ciências agrárias, clima, sustentabilidade, redes de ensino e pesquisa (*).
Não sei se está previsto, mas se em tudo isso e em outros convênios também firmados, não ligados à produção de alimentos, o Brasil enviar cheque, pode escrever aí: vem charuto.
*Condensado de matéria da Agência Brasil – EBC, íntegra em https://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2023-09/brasil-assina-acordos-de-cooperacao-em-varios-setores-com-cuba.