Por Fernanda Estivallet Ritter
Empreender é a arte de transformar uma ideia em negócio. Sem saber ao certo se a ideia é brilhante o suficiente para dar certo, o empreendedor inicia uma jornada em que a incerteza será sempre sua maior certeza.
Antes mesmo de ter seu cartão de visitas, ele já se depara com o primeiro desafio: a burocracia de abrir uma empresa. O empreendedor não sabe, mas esse será o passo inicial de uma caminhada que será acompanhada pela mão pesada do Estado.
Empreender é para os resilientes. Naturalmente, aqueles avessos a risco tremem ao pensar nos desafios e nas responsabilidades de ter uma empresa. Noites sem dormir, empregos para manter, infinitas contas para pagar, complexas legislações para seguir e sobre as quais se atualizar, altíssimo custo trabalhista e carga tributária incompreensível.
Isso porque o Estado impõe seu peso sobre aqueles que querem gerar riquezas, produzir e inovar em nosso país. Estado esse ineficiente, onipresente e hipertrofiado, que retarda e inviabiliza o desenvolvimento e atrapalha o livre mercado.
Atualmente, empreender é arriscar a própria pele de maneira ainda mais exponencial. O governo brasileiro ameaça cada vez mais avançar nas carteiras daqueles que geram riqueza. Há um verdadeiro furor arrecadatório na atual gestão pública. A reforma tributária, vista como uma oportunidade de melhorar essa condição, não pode simplificar a estrutura fiscal apenas “para inglês ver”. É preciso ir além e diminuir a carga dos impostos.
Com instabilidade econômica, insegurança jurídica, juros altos e ameaça constante de aumento de impostos, ser empresário no país tem se tornado uma atividade cada vez mais insana. Além de assustar o empreendedor local, esse cenário afugenta potenciais investidores externos e atinge de forma ainda mais forte os microempreendedores.
Para que os empresários possam voltar a ter as noites de sono perdidas somente com os anseios de manter o seu negócio e gerar mais riqueza e empregos, é preciso que nosso Brasil tenha uma reforma tributária bem feita, juntamente com uma reforma administrativa, que reduzam de fato o tamanho e o peso do Estado sobre quem realmente faz a economia rodar
Por Percival Puggina
Ministros do STF gostam de se apresentar como membros do poder mais zeloso pelo bem do país e pela democracia. No entanto, abriram a torneira dos recursos públicos para o financiamento das campanhas eleitorais e partidos floresceram no deserto das ideias. No entanto, também, impediram a aplicação da cláusula de barreira quando ia começar a valer na eleição de 2006.
Pela confluência desses dois vetores, o Congresso Nacional tem, hoje, 22 bancadas! Pode parecer inusitada a relação de causa e efeito, mas é também por eles que a sociedade custeia, hoje, quatro dezenas de ministérios! Atraídos por cargos, verbas públicas e espaços de poder, partidos sem rosto e com nomes impróprios se transformaram em estabelecimentos dedicados ao business da corretagem do apoio político-parlamentar ao governo.
Foi grotesco, foi indecoroso, mas todos pudemos assistir à forma como em poucas semanas, uma “consistente maioria” conservadora, ou liberal, ou de direita, ou de centro direita, eleita e proclamada como tal em 2022, bandeou-se de mala e cuia, como dizemos aqui no Rio Grande do Sul, para o calor e o sabor do assado governista, onde toda a picanha é consumida ali mesmo, na beira do fogo, se me faço entender.
Recentemente e em boa hora, foi criado um site que cidadãos de bem e os eleitores com cotidiana repulsa ao noticiário nacional deveriam manter registrado entre os favoritos no seu computador ou em lugar de fácil acesso de seu celular. Anote aí:
https://placarcongresso.com/pages/partidos.html
Essa verdadeira preciosidade presta serviço valioso à memória e à informação dos eleitores. Contém, por parlamentar, por partido e por estado da Federação, dados de assiduidade ao plenário e de votos concedidos ao governo e à oposição nas deliberações da Câmara dos Deputados.
O site é de muito fácil manuseio e consulta. Com dados de 83 deliberações em que o governo indicou à sua base orientação favorável ou desfavorável, esse site permite identificar a posição governista ou oposicionista de cada deputado. A partir desses registros, observa-se que dos 22 partidos, apenas dois: PL e Novo, foram decididamente oposicionistas! Todos os outros 20 deram mais votos ao governo do que à oposição. Entre os 513 deputados, não chegou a uma centena o número dos que votaram contra o governo em mais da metade dos projetos nos quais este indicava sua posição. Por fim, descobre-se que apenas as representações de três estados – Santa Catarina, Mato Grosso e Roraima – foram oposicionistas.
Maus políticos e maus partidos têm grande estima por eleitores desinformados e omissos. Prestigiam a ignorância e precisam da mediocridade.