Espaço Pensar +

O QUE SE PODERIA ESPERAR DE UM GOVERNO PETISTA? - 05.11.24


Por Alex Pipkin

 

O que se poderia esperar de um governo petista?

    Elementar, meu caro Watson!

    Um presidente, ex-presidiário, que foi acusado de corrupção - comprovada, cabalmente, em várias instâncias da justiça nacional -, e preso pelos crimes cometidos.

    Um ministro da economia, Haddad, especialista em economia soviética, que não vê problemas na condução da economia - planificada - por meio do Estado grande.

    O PT é um partido que tem como pilar a ideia de modelo econômico em que o Estado é o indutor da economia. Portanto, sua “política” é gastar, sem parar, e intervir ao máximo, abusivamente, na economia.

    É sempre um governo perdulário, que não possui nenhum compromisso com a disciplina fiscal. A meta é gastar, gerando aumento da dívida pública, pegando dinheiro emprestado para bancar suas despesas, o que ocasiona em mais endividamento.

    De acordo com estudos de especialistas, de verdade, a dívida pública brasileira deverá chegar a 80% do PIB em 2024, e continuará crescendo.

    A regra petista é clara: tributar e arrecadar. Tal governo gastador, irresponsável e incompetente, não enxerga limites para impostos e gastos, não tendo a mínima noção de que os agentes econômicos no mercado, agentes financeiros, empresas e indivíduos, enxergão-o, e buscam se “proteger” de tal incompetência governamental.

    A combinação é, literalmente, explosiva: aumento dos impostos, aumento dos gastos e o aumento dos empréstimos, bancado com altas taxas de juros. Some-se a isso a desvalorização do real, e o consequente aumento de custos para o setor privado.

    Não há, genuinamente, nenhuma preocupação com o corte de despesas. O que existe, como de costume, nos governos petistas, é pura retórica e verborragia nesta direção.

    A situação das contas públicas demonstra a imperiosa necessidade de um aumento nas taxas de juros, mas a retórica em relação ao presidente do Banco Central é por demais conhecida.

    O que se vê - e o que não se vê - é um ambiente de muitas incertezas e riscos.

    O mercado enxerga o completo descaso com a busca do reequilíbrio das contas públicas, e a incerteza se materializa em juros mais caros para emprestar dinheiro, e a necessidade da elevação da taxa de juros.

    O que alguns esperavam do PT? A eliminação do autoritário ex-presidente. O que se enxerga hoje, no entanto, é a censura e a escassez de liberdade de expressão! Escárnio.

    Como sempre, inexiste qualquer tipo de esperança de melhora. Não há Estado de Direito, pelo contrário, vive-se num faroeste verde-amarelo, a projeção é de mais tributação e mais gastos - em especial, em programas sociais contraproducentes - e, evidentemente, muito intervencionismo estatal e grotesco protecionismo.

    Como alguém poderia esperar crescimento econômico num governo petista?

    Difícil responder… não existe qualquer movimento factual em deixar os mercados operarem “em paz”.

    O ambiente de negócios é hostil aos investimentos por parte da iniciativa privada! A máquina pública se infla, cada vez mais, sendo burocrática e ineficiente, apontando, verdadeiramente, para um aumento, ao invés de um corte nos gastos.

    Petismo e crescimento é um oximoro.

    O Estado não gera riqueza, quem a cria é o setor privado!

    Não adianta… A conta, vai cedo ou mais tarde, chegará - embora já exista - para o cidadão-contribuinte, que continua pagando, com sangue, suor e lágrimas, para o insano crescimento de um Estado brasileiro, nababesco e ineficiente.


Leia mais  

A MISÉRIA DA EDUCAÇÃO E A EDUCAÇÃO PARA A MISÉRIA - 04.11.24


Por Percival Puggina
 
Todo dia, milhões de estudantes são acolhidos nas salas de aula por professores dedicados ao desenvolvimento das potencialidades inerentes às crianças, adolescentes e jovens que lhes são confiados. Um número muito maior, porém, está bem mais interessado na conscientização para a militância política e em proporcionar sentimentos de inveja e revolta. Enquanto negam a seus alunos o mais valioso e precioso crédito (à educação de verdade) acenam-lhes com um futuro de poder e créditos a serem pagos pelos alunos dos bons professores.
 
Os professores brasileiros ganham pouco? A grande maioria ganha pouco, sim, mas os alunos desses professores nada têm a ver com isso e não merecem se converter no estuário de aflições e, menos ainda, de perniciosas opções ideológicas.
 
Sei que são duras estas palavras, mas se tornou um flagelo nacional o volume das notícias que vêm das salas de aula. Dói na alma saber que em 2022, 70% dos 97 milhões de trabalhadores brasileiros ganhavam até dois salários mínimos. Eram 65 milhões de cidadãos! Dói na alma saber que 58 milhões de brasileiros recebem algum tipo de pagamento diretamente do Estado (que, não por acaso, paga pouco para muitos e muito para poucos).
 
Como é possível que, diante dessa realidade, tantos não batam no próprio peito? Em vez disso, enchem as próprias cabeças e as cabeça da juventude com ideias de que disciplina, hierarquia e autoridade são formas de opressão, assim como linguagem culta e ciências são formas de colonização. 
 
Tira o sono de todo cidadão consciente saber que o desejo de uma nação próspera e amável tropeça na realidade das salas de aula que despejam no mercado de trabalho jovens cujas competências valham tão pouco ou não encontrem quem lhes atribua algum valor. 
 
Ao tempo em que frequentei bancos escolares, sempre em escolas públicas, nos anos 50 e 60 do século passado, as coisas não eram assim. Estudava-se para valer, havia provas mensais, deveres de casa e, claro, disciplina, linguagem culta, amor à pátria, hábitos necessários de leitura e uma cultura de que se construía o futuro com estudo e trabalho.
 
Sob a capa de uma falsa superioridade moral, oculta-se a mais perversa conspiração enfrentada pelo Brasil desde seus primeiros registros nos livros de História. Enquanto aspiram o conforto nos andares mais altos no pódio do poder, os conspiradores se beneficiam da pobreza e da ignorância que promovem.
 


Leia mais  

24 ANOS ANDANDO PARA TRÁS - 31.10.24


Por Stephen Kanitz

 

Nos últimos 24 anos, o PIB per capita cresceu apenas 14%, ou 0,6% ao ano, um desastre. Tínhamos um PIB per capita de 35.000 por ano ou 2.600 por mês; agora é 40.000 ou 3.076 por mês. Um pífio crescimento de 0,6% ao ano para governos que se elegeram com a bandeira desenvolvimentista e contaram com os melhores economistas da época. Ou seja, um fracasso total comparado à China e à Coreia do Sul. Mas o que esquecem de revelar é que esses mesmos governos aumentaram os impostos de 24% para 38%, ou seja, 50% a mais.

 

Portanto, líquido de impostos, nossa renda per capita, que era de 27.300, passou para 27.200 em 2024, ou seja, caiu. Não nos desenvolvemos em nada; tudo são promessas eleitorais falsas. Só que tem mais. Esses economistas desenvolvimentistas endividaram este país em 20.000 por capita, que, se for paga em 25 anos, será -800 por ano.

 

O que reduz nossa renda per capita líquida para 26.400,00 por ano ou 1.999,00 por mês. Ou seja, a maioria da população não ficou 0,6% mais rica por ano, mas sim 1,4% mais pobre. Isso, em 24 anos, é um desastre. De fato, nesses 24 anos, houve uma brutal favelização das cidades brasileiras, e para cobrir os erros dos desenvolvimentistas, se inventou o Bolsa Família.

 

O que salvou os favelados foram as inovações tecnológicas, como celular, e-mail grátis, YouTube grátis, televisões cada vez melhores e mais baratas. Nada a ver com má distribuição do capitalismo, e sim devido ao crescimento dos impostos e às dívidas contraídas pelo Estado Socialista Brasileiro.


Leia mais  

SINTO SAUDADES... - 21.10.24


Por Alex Pipkin

 

Qualquer sujeito dotado de conhecimento razoável sobre o comportamento humano, sabe que a imitação inspira e/ou manipula a aprendizagem, e às consequentes ações humanas.
Tal processo de mimetização age tanto para influenciar positivamente a sociedade, com a adoção de comportamentos virtuosos, como também pode se transformar em uma força centrífuga, atuando na direção contrária.
A mente humana é estimulada e persuadida pelo gatilho da aprovação social, em que indivíduos querem ser ou parecer ser semelhantes àqueles que apresentam características sociais “valorizadas pelos outros”.
Freud detalhou o movimento de massa, em que a manada é influenciada a agir de acordo com o coletivo - que não pensa!
Em uma era tribal virulenta - em que os indivíduos formam e comunicam sua identidade social, almejando pertencimento às suas respectivas tribos -, inquestionavelmente, as redes sociais amplificaram as possibilidades de informação. Essas realçaram o paradoxo através do qual tais informações servem de suporte para imitação de comportamentos erráticos, contaminantes no sentido estrito.
Desafortunadamente, a olhos nus, percebe-se e se sente que o mecanismo de inspiração positiva tem sido sobrepujado pelos comportamentos nocivos ao desenvolvimento individual e, de forma proibitiva, a promoção da imperiosa coesão social.
O intolerável se transformou em algo “natural”, banalizando ilicitudes inaceitáveis sob quaisquer aspectos analisados.
Pois o exemplo vem de cima, de uma deselite apodrecida, que incessantemente manipula e corrompe, operando para extrair os benefícios e impedir o necessário desenvolvimento individual e coletivo. Eles somente pensam e agem em favor de seus próprios umbigos, e/ou nos umbigos tribais. Esses arrotam que as instituições funcionam. Sim, resta saber para quem, uma vez que elas restringem a participação e a real competição, protegendo benesses imorais e, ao cabo, barram a vital livre iniciativa.
O modelo de imitação presente é amplamente o da corrupção, do fazer para “se dar bem”, da mentira escrachada, da vergonhosa impunidade, dos privilégios nababescos, da locupletação, e do “natural” avesso da virtuosidade factual.
Nesta direção, o “momentum” para à juventude que, cada vez mais, imita, é, não só contraproducente, como também devastador de almas e de futuros alvissareiros.
Um presidente de uma nação, comprovadamente corrupto - atestado por fartas provas e instâncias judiciais “do bem” -, apologista da ignorância e do sangrento terrorismo, que retorna à cena do crime, a fim de se vingar e de repetir/imitar os mesmos erros de um passado nefasto. Esse da aplicação de políticas públicas populistas e contraproducentes, da farra e do descaso com o dinheiro dos contribuintes, da corrupção e do aprofundamento de privilégios imorais e, sobretudo, da cegueira ideológica, aquela que conduz ao empobrecimento, em especial, dos mais pobres, embora a retórica seja no sentido de sua farsante preocupação popular.
A alma mater petista é responsável pelo divisionismo social, entre homens e mulheres, ricos e pobres, brancos e negros…, sua “raison d'être”, objetivando angariar direitos, recursos e privilégios para suas tribos “progressistas”.
De um STF que, similarmente, afirma proteger a democracia, quando genuína e diariamente, rasga a Constituição, advogando e legislando pelo ilícito, para a impunidade e a injustiça, para a bandidagem e, evidente, para seus próprios interesses e de seus comparsas.
Uma parte do setor empresarial, aquela dos amigos do rei, que corrompe e é corrompida, que veste os trajes e brinca de estadista, fazendo a “coisa errada”, e impedindo a livre iniciativa, e sua correspondente e fundamental geração de empregos, de produtividade, de inovação, de renda e de prosperidade para todos.
O que fazer?! O momento civilizacional - do retrocesso - é o do insaciável desejo mimético, tristemente inspirado em uma deselite - pútrida. Essa promove francamente os vícios sociais que arruinam, ao invés do estímulo a reprodução de comprovados comportamentos virtuosos, os do desenvolvimento e do progresso, por meio dos essenciais propósitos “do bem”, individuais e coletivos.
Mark Twain, sabiamente, afirmou que o homem comum não está interessado em converter uma opinião própria, por estudo e reflexão, mas está apenas ansioso para descobrir qual é a opinião de seu vizinho e adotá-la cegamente. A atual vizinhança é inconveniente…
Que lástima para os nossos jovens. O protagonismo “moderno” é dos modelos da perversão e do fracasso explícito.
A ilusão e os efeitos manipuladores os deixam cegos e surdos para a natural influência e estímulo daquilo que produz genuíno pensamento crítico e ação individual saudáveis.
Desgosto de saudosismos baratos. Contudo, sinto saudades da imitação dos nobres e edificantes valores, virtudes e sabedoria, aqueles que ajudavam a moldar a personalidade e a construir relações saudáveis e, verdadeiramente, progressistas para todos!


Leia mais  

RIP ESG - 18.10.24


Por André Burger - Pensador e economista

 

As boas práticas e teorias de administração resistem ao teste do tempo. O que é verdadeiro, útil e funciona se incorpora às condutas administrativas das empresas. Em oposição, aquelas que pouco agregam, são dispendiosas, e não se refletem no resultado acabam descartadas.

A criação das partidas dobradas, no século 15, por Luca Pacioli é um bom exemplo. Esse desenvolvimento na forma de contabilização permitiu uma melhoria impressionante na gestão das empresas. Foi tão impactante que gerou uma nova ciência, a contabilidade.

Por outro lado, algumas práticas de gestão se mostraram efêmeras, como reengenharia, terceirização, downsizing. Quando foram divulgadas pareciam ser disruptivas, de tal modo que não se pensaria administrar uma empresa sem elas. Tempo depois, o impacto inicial passou, alguns de seus conceitos foram incorporados, e, hoje, pouco se fala a respeito. Está acontecendo o mesmo com o ESG – Environment, Social and Governance e 2024 foi o ano que saiu de moda.

O ESG surgiu na ONU, em 2004, não dentro das empresas para melhorar seus processos, mas de uma iniciativa do secretário geral, Kofi Annan, ao propor a alguns presidentes de grandes bancos e gestores de fundos que incorporassem nas suas análises de oportunidades fatores ambientais, sociais e de governança. Ou seja, foi a proposta de um burocrata para outros burocratas. Pessoas que não fazem a menor ideia do que seja empreender e administrar uma empresa, principalmente as pequenas e médias. O ESG ganhou força a partir de 2015 com o Acordo de Paris. Novamente mais burocratas dizendo como os negócios deviam ser conduzidos. Assim, se tornou a principal atividade a orientar a administração das empresas, até mesmo em detrimento do velho e bom lucro. O auge do ESG como mantra empresarial aconteceu entre 2019 e 2023.

Diferente de outros modismos administrativos, o ESG, ao impor novas rotinas às empresas, de fato, apenas aumentou os custos: de produção, de contratação de pessoas e equipamentos, de treinamento, de controles, de informação. Isso teve maior impacto nas empresas menores, com menos recursos para gastos além da sua própria atividade operacional. Ora, as empresas para funcionar, em qualquer país, precisam atender a todas as regras e regulamentos criados pelo estado. Essas regras já contemplam as questões ambientais, sociais e de governança. Não se pode abrir uma empresa sem ter as licenças governamentais necessárias. O ESG obriga às empresas a rotinas que vão além daquelas impostas pelo próprio estado.

A difusão dos princípios ESG foi tão vasta que fez agências reguladoras, bancos e fundos de investimento exigir a adoção de medidas consideradas, por eles, boas práticas ESG para se obter licenças de operação, conceder financiamentos ou receber investimentos. Mesmo que tais critérios nunca tenham sido normatizados.  Cada um, em cada lugar, diz o que é ser ESG. Isso levou a absurdos como a Americanas, no Brasil, que em seu último relatório anual, antes da descoberta do rombo de R$ 40 bilhões, continha mais informações sobre temas ESG do que sobre a precária situação financeira da companhia. A quebra do Silicon Valley Bank deixou claro o perigo de se preocupar mais com a temática ESG que com o próprio negócio.

A falta de padronização e a subjetividade das métricas ESG o tornam uma prática discricionária que pouco aprimora as rotinas empresariais. Estabeleceram a importância do conceito, no entanto, por ser de difícil mensuração, acaba gerando mais militância ideológica que práticas concretas. Os problemas levantados pelo ESG deveriam ser avaliados e devidamente mensurados, para, então, proporem soluções efetivas e não ideologizadas. A repetição de frases de efeito do tipo: Zero Carbon, Black Lives Matter, No Nukes, We are 99% apenas mobilizam ativistas, mas pouco contribuem para o entendimento do problema e sua solução. A politização do ESG, associado aos pequenos resultados práticos, mostrou que muito da militância, principalmente a corporativa, não passava de estratégias de marketing, greenwashing. Assim, diversas empresas, bancos e gestores de fundo reduziram sua atuação e divulgação sobre como eram politicamente corretos ao praticarem princípios ESG. A redução de U$ 13 bilhões no volume total dos fundos que se denominam ESG nos Estados Unidos, em 2023, comprova que é um tema em decadência.

Felizmente muitos acordaram do sonho ESG e perceberam que na realidade o planeta e as relações humanas estão melhor do que nunca na história humana, apesar dos manifestantes ambientais e sociais gritarem o contrário. A pobreza caiu de forma absoluta a partir da revolução industrial, e segue caindo. Está no nível mais baixo desde sempre. Em 2018, menos de 10% da população mundial vivia em situação de extrema pobreza, quando, até 1820, era de aproximadamente 80%.

Historicamente, seja no Império Romano, nas Civilizações Pré-Colombianas das Américas, no Japão feudal, na China Imperial ou no Renascimento Europeu a taxa de mortalidade infantil girava em torno de 50%. Começou a se reduzir a partir da revolução industrial e chegou a 27% em 1950. Atualmente (2020) está em 4,3%, sendo 14% na Somália e 0,3% no Japão e países escandinavos. A expectativa de vida ao nascer em todas as civilizações era no máximo de 30 anos e só aumentou a partir da revolução industrial. Em 1950, era de 46 anos. Em 2021, a expectativa de vida chegou a 73 anos, tendo como extremo inferior o Chad com 53 anos e o Japão com 85.

A melhoria das condições sanitárias no mundo, em apenas 22 anos, de 2000 a 2022, foi impressionante. Somente 32% da população mundial tinha acesso a saneamento em 2000, e aumentou para 57% em 2022.

 Se olharmos as questões de gênero, veremos forte progresso em quase todo o mundo. Um número cada vez maior de países adota legislações que proíbem discriminação por sexo. Eram seis países em 1970 e 161 em 2023. Ou ainda, de apenas dois países que exigiam igualdade salarial para homens e mulheres em 1970 para 97 em 2023.

Pelo lado ambiental, o mundo hoje é proporcionalmente menos poluído que no passado. Até a década de 1990, para termos crescimento econômico per capita tínhamos sempre aumento de emissões de carbono per capita superiores ao crescimento do PIB. A partir de então isso se inverteu como consequência de aprimoramentos tecnológicos que permitiram aumentar a renda individual sem aumentar a emissão de gases de efeito estufa. Ou seja, estamos mais ricos e poluindo menos.

Por outro lado, é notório que aqueles que mais divulgam e defendem os princípios ESG não estão diretamente envolvidos na árdua atividade de empreender. Na sua maioria são técnicos e burocratas de grandes instituições, públicas ou privadas, de diversos setores. É difícil encontrarmos entre os ativistas ESG o dono de uma padaria, de uma pequena metalúrgica ou um agricultor que acorda às 4 da manhã para cumprir sua rotina no campo. Certamente, argumentarão que esses empreendedores não têm tempo, conhecimento e recursos para se preocupar com essa agenda. Então, respondo que o ESG é uma preocupação elitista. Somente os agraciados com determinadas condições veem benefícios nele. Apenas alguns sabem o que é certo e esse saber lhes autoriza impor sua visão a todos os demais na sociedade. Já ouvi isso em outro contexto: socialistas acreditam saber o que é melhor para os outros e tratam de impor suas políticas.

Interessante que o G, governança, raramente era abordado pelos esganiçados militantes ou pelas instituições adeptas ao ESG. De outra forma, temas como corrupção, conflito de interesses e falta de ética não fariam parte apenas dos códigos de conduta que existem somente para cumprir o marketing do politicamente correto. Aliás, muitos dos ferrenhos defensores da agenda ESG são eleitores de corruptos contumazes, um contrassenso em relação às práticas que defendem.

Hoje, 2024, vemos que a moda ESG serviu para que bancos criassem barreiras ao crédito concentrando-o em poucos grandes tomadores, que consultorias de todo o tipo lucrassem com a venda de pacotes para as empresas estarem na moda, que gestores de fundos que identificaram o nicho da sustentabilidade cobrassem taxas de administração maiores e que instituições de ensino e treinamento surfassem esta onda. De efetivo, pouco houve de melhoria nos problemas ambientais, de redução de preconceitos ou da melhoria da governança que o próprio mercado já não estivesse fazendo. Pois foi o livre mercado, no capitalismo, que permitiu a saída da pobreza crônica em que a espécie humana viveu por milênios, que as questões de gênero se reduzissem, que a escravidão fosse abolida e que vivêssemos num planeta mais seguro e com maior expectativa de vida.

O ocaso do ESG foi melancólico. Não houve uma absorção gradual de seus princípios como as outras modas em administração. Nos países onde o discurso ESG era mais forte, mais rapidamente silenciaram. Os países europeus, na sua maioria ciosos da agenda ambiental e social, tão logo chegou o inverno de 2023 e faltou calefação, reabriram as arcaicas minas de carvão, e, do dia para a noite, Greta Thunberg deixou de falar das questões do clima para, errada de novo, se alinhar aos defensores da Palestina livre.

Contudo, a agenda ESG não vai desaparecer, afinal grandes empresas criaram departamentos para isso com diretores e todo um staff. O pior virá daqueles que querem impor procedimentos ESG, além das leis de cada país, para satisfazer questões não definidas e de efetividade discutível. Os viúvos do ESG se voltarão para o mundo político, que, pelos mecanismos democráticos, é quem impõem regras de comportamento à sociedade. Então o ESG sairá do mundo empresarial e passará à esfera política, de onde nunca deveria ter saído. Ao menos poderemos votar sobre uma matéria que estava sendo imposta de cima para baixo por alguns autoproclamados esclarecidos.

Milton Friedman estaria satisfeito, seu artigo, de 1970 no New York Times segue atual.

Nota: Todos os dados estatísticos citados foram obtidos no site “Our World in Data” (https://ourworldindata.org/)


Leia mais  

QUEM VIVE DE EMENDAS NÃO SE EMENDA. NEM SE RECOMENDA - 17.10.24


Por Percival Puggina

 

Temos razões mais do que suficientes para entender o contrário quando os porta-vozes do lulopetismo dizem que seus péssimos resultados nas eleições municipais nada têm a ver com o pleito nacional de 2026. O grupo político que governa o país de modo cada vez menos compreensível nunca diz o que pensa. Sempre que se manifesta, conta uma narrativa montada em laboratório. Quando seus líderes afirmam: “Esses números de agora nada representam para 2026”, estão, na verdade, contando contos para burros tontos.
 
Mesmo com a força das redes sociais drasticamente reduzida pelas canetas do poder e pelo esquerdismo voluntário das plataformas, a maior força política brasileira não é a direita, mas o antipetismo onde esta se inclui. É ele, o antipetismo, que agrega a direita e boa parte do centro do arco ideológico. O centro a que me refiro não é o Centrão, esse grupo de siglas ocas e balofas que envergonham a simples ideia sobre o que seja partido político. Verdadeiras colchas de retalhos, parecem caleidoscópios sensíveis aos interesses de cada dia. São uma conversa contínua e nada meritória entre meios e fins. Corrijo-me: sobre meios sem fim. Quem vive de emendas não se emenda, nem se recomenda.
 
Quando falo do centro do arco ideológico, penso principalmente nos cidadãos que sabem o que não querem (a esquerda, seus métodos e objetivos), mas não receberam informação suficiente e fundamentada sobre os meios para livrar o Brasil de seus males atuais. Por isso, dediquei um quarto de século de minha atividade partidária aqui no Rio Grande do Sul à formação de lideranças jovens que hoje exercem papel relevante na vida municipal, estadual e nacional. Partido que não faça isso é cartório, clube, lojinha. Tudo, menos partido político. 


Leia mais