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ESTUPIDEZ HUMANA - 18.01.24


Por Alex Pipkin

 

A estupidez faz parte da natureza humana; lógica da realidade.

No entanto, parece-me inegável que o tribalismo ideológico ignorante e o afloramento do sentimentalismo grosseiro, que substitui a razão, atuaram como uma poderosa vitamina para engordar grande parte das pessoas com enormes doses de estupidez.

Ninguém é dono da verdade. Porém, evidente que existem conhecimentos, razão e ciência.

Nesta direção, o abissal relativismo hoje presente, é o que faz corromper a verdade, trazendo a imoralidade e a correspondente escassez entre aquilo que é certo e o que é errado.

O contraditório e a divergência são os adubos adequados para a formação de um pensamento crítico razoável. Objetivamente, aquilo que se pensa e se diz, deveria estar embasado em evidências concretas, e em argumentos válidos. Não é o que se vê; de maneira abundante, são externalizados puros sentimentos e meras vontades, além, claro, de uma miríade de comprovadas mentiras.

Verdadeiramente, óticas divergentes, com bases sólidas, impulsionam-nos a pensar sob outros e diversos ângulos, por vezes despercebidos, aumentando nossas possibilidades de “ver as coisas”, de aprender e de evoluir.

Entretanto, essa “lógica da descoberta” desapareceu.

A estupidez tem se apossado das pessoas em função de sua enorme propagação nos grupos tribais, em que massas de pessoas, com ideias sectárias e preconcebidas, agem de forma idiotizada, ignorando a lógica e os fatos objetivos.

Fatos são desimportantes. Para os tribalistas, a pureza das ideias e de suas vontades, sobrepõem-se as nefastas e genuínas consequências de seus desejos inconsequentes.

As redes sociais emergiram com a promessa de serem um ambiente propício para a maior geração de informações e, assim, potencializar possibilidades para a construção de pensamento crítico. Atualmente, o que se vê, mormente, é um bando de sectários ideológicos que não pensam, e o que é pior, passam a arrotar clichês e insultos as pessoas que produzem e que colocam suas genuínas ideias para reflexão.

Esses sentimentalistas estúpidos seguem a risca um “script” ideológico ignorante e agressivo - embora risível -, que silencia a divergência e as correspondentes oportunidades de crescimento cognitivo e psicológico.

O tribalismo ideológico aparenta ser invencível. Os cérebros vazios desses tribalistas, estão presos na caverna dos vieses ideológicos aprendidos pelo “telefone sem fio”, a partir dos grupos de pertencimento. Para esses, a corrupção da lógica e da verdade não se traduz em uma falha moral, pelo contrário, é o “modus operandi” que os dignifica perante aos seus colegas tribais. O culto a falsidade é o esporte favorito dessas equipes tribais. Em tais equipes, construi-se um amor umbilical com a farsa.

A razão e os fatos foram substituídos pelas emoções, ou melhor, pelos sentimentos grosseiros, ávidos pelos holofotes. Quanto mais, melhor.

Eles querem chocar. Arrotam asneiras, agridem, afrontam, provocam, rejeitando conscientemente a verdade. O fazem, não para tentar persuadir, mas com o único e claro objetivo de desconstruir. Escárnio.

A espiral da estupidez tem sido cada vez mais intensa e desmurada.

É muito difícil combate-lá. Gente que escuta, mas não pensa, agarra-se à juízos e castelos de areia, objetivas crenças e fantasias, que quando desafiadas se tornam ainda mais fortes.

Natural, mas triste. As pessoas desejam ter uma sensação de segurança, e é justamente nesses grupos de pertencimento que essas se socializam com outras pessoas que pensam da mesma forma - enviesada.

A estupidez continuará imperando. Infrutífero trazer a “mesa de discussão“ conhecimento, razão e fatos. Além de desnecessário, é temerário. Os modernos tribalistas agirão, claro, com agressões, insultos, sarcasmos, maldades, e farta retribuição de sentimentalismos grosseiros, de mentiras e de falácias.

A razão se escafedeu. E sem ela, reinam a estupidez, a escassez das excelsas virtudes morais, e a grotesca desordem social.

O que fazer? Esse é o mundo moderno, o mundo da pós-verdade.


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O GRANDE IRMÃO - 17.01.24


Por Fernanda Estivallet Ritter - Pres. IEE-RS

 

Já está no ar o reality show em que um grupo de pessoas é vigiado por 24 horas confinado em uma casa, o Big Brother Brasil. O programa, já na 24ª edição, cria celebridades instantâneas, com suas rotinas e tramas comentadas no mundo real e digital. Popularizado como BBB, seu nome tem origem literária, a obra de George Orwell “1984”, na qual o “Grande Irmão” é o governo autoritário que tudo vê e tudo controla.

A distopia de Orwell, publicada em 1949, traz reflexões importantes sobre os rumos de uma sociedade ameaçada pelo autoritarismo, pelo controle sobre o pensamento individual e pela manipulação da verdade. Apesar do futuro assustador projetado pelo autor na ficção, a história ressoa de maneira surpreendente na realidade atual.

             A constante vigilância em que os personagens do livro vivem é perturbadora. Assim como no BBB. Porém, no programa os participantes escolhem participar. Na vida real, não há essa opção. Traçando um paralelo com os dias atuais, ainda mais agora, com a inserção da inteligência artificial em nosso cotidiano, até onde teremos nossa individualidade preservada?

             No livro, a verdade é constantemente manipulada, e os fatos são alterados conforme o interesse do “Grande Irmão”. Um Orwell contemporâneo faria referências às fake news e à desinformação, além de citar o perigo do controle de narrativas por aqueles que detêm o poder. No romance também nos deparamos com a novilíngua, a linguagem criada pelo Partido para restringir o pensamento crítico, eliminando e modificando as palavras. Vivemos isso atualmente, quando as palavras são ressignificadas e distorcidas.

             E o protagonista da trama, Winston Smith, assim como o Selvagem da também distopia “Admirável Mundo Novo”, enfrenta dificuldade na ausência de conexões humanas genuínas e, como consequência, a solidão. Na pressão social para se conformar a normas culturais, ideológicas e políticas, a individualidade e o pensamento crítico sucumbem à uniformidade imposta.

             Que o “Grande Irmão” siga apenas no reality show e no romance de décadas passadas. Mas o alerta trazido no livro seguirá atemporal: devemos nos manter vigilantes, denunciando os desmandos daqueles que ameaçam a nossa liberdade individual.


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NO MUNDO DO FAZ DE CONTA - 15.01.24


Por Percival Puggina
  
         As formas de vida que se desenvolvem no ecoambiente do Estado brasileiro se nutrem da crença em suas narrativas, como Lula ensinou a Nicolás Maduro. Quanto maior o número de crentes, melhor a vida no ecoambiente estatal.
 
A difícil tarefa exige um imenso, oneroso e multiforme aparato, quase do tamanho daquele que afirmavam ter operado em favor do governo Bolsonaro. O fato de tantos haverem acreditado em sua existência demonstra que o aparelho petista é extremamente eficiente, capaz de criar um fato a partir de nada. Dezenas de milhões de brasileiros viveram e vivem num mundo de “faz de conta” onde o ex-presidente, apesar de pouco gastar em publicidade oficial e ter, por isso, toda imprensa contra si, comandaria esse gabinete que ninguém jamais viu. Fazer de conta é o nome do jogo.
 
Fazem de conta que o comunismo não existe e que as relações de Lula com governos de extrema-esquerda são um delírio da ultradireita fascista. Como consequência, o governo Lula pressiona para entregar o Brasil aos indígenas, desacreditando o direito à propriedade privada, a segurança jurídica e a Constituição vai para as urtigas com a mãozinha dos “progressistas”.
 
Fazem de conta que os professores têm direito de expressar suas opiniões políticas além da mesa do bar, levando-as para a sala de aula e influenciando os alunos, abusando de sua autoridade porque essa é a melhor parte do aparelho que calcifica a pobreza sem a qual murcham exangues as formas de vida em torno do Estado.
 
Fazem de conta que Paulo Freire foi um gênio, que não reverenciava tiranos de esquerda em seus livros, que sua pedagogia libertadora realmente liberta, que os dedicados e militantes professores que o têm como referência merecem o apoio das comunidades interessadas no seu desenvolvimento econômico e social. Fazem de conta que o produto do sistema educacional brasileiro não se mede em conhecidos e pífios resultados que decaem ao ponto de derrubar o QI médio da população. O petismo militante em sala de aula emburrece o Brasil. Mas fazem de conta que não.
 
Fazem de conta que em 8 de janeiro de 2023, um domingo de recesso geral das instituições, na ausência dos objetos da ação golpista e de qualquer liderança conhecida, pessoas desarmadas promoveram uma tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, em sessão única, no período das 15h às 17h. Fazem de conta que a excepcionalidade do momento beatificou todas as exceções ao devido processo e aos direitos individuais no decurso dos últimos meses.
 
Fazem de conta que a democracia foi salva e permaneceu inabalada em que pesem a surdez à voz das ruas, a omissão do Senado Federal, os maus tratos dedicados à oposição em forma de censura, supressão de direitos, cassação de mandatos e imposição de inelegibilidades.
 
Fazem de conta que bandido não virou herói e que herói não virou bandido.
 
Enfim, faça sua lista. E faça de conta que não estão de brincadeira com você.


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RICARDO LEVANDOWSKI DEVERIA FICAR A QUILÔMETROS DE QUALQUER CARGO PÚBLICO - 12.01.24


Por J.R. Guzzo, publicado na Gazeta do Povo

 

Se o governo Lula tivesse alguma preocupação, por menor que fosse, em manter as aparências em matéria de decoro, integridade e respeito à população em geral, o ex-ministro do STF Ricardo Lewandowski teria de ser mantido em quarentena perpétua diante de qualquer cargo da administração pública. Mas o governo Lula não tem a mais remota preocupação com nenhuma dessas coisas; nunca teve, e não dá sinais de que venha a ter um dia.

 

O resultado é que Lewandovski, em vez de ser proibido de chegar a menos de 1.000 quilômetros de Brasília, por exigências mínimas do manual de decência, foi nomeado ministro da Justiça pelo presidente Lula. Seria o chamado “fundo do poço” – se houvesse algum fundo no poço deste governo.

 

Se o governo Lula tivesse alguma preocupação em manter as aparências em matéria de decoro, o ex-ministro do STF Ricardo Lewandowski teria de ser mantido em quarentena perpétua.

 

Lewandowski, acredite quem quiser, é advogado da J&F – a empresa que controla a JBS dos irmãos Batista. A JBS é a maior produtora de carne do mundo. Os irmãos Batista são veteranos frequentadores da justiça penal brasileira. Como é possível que um cidadão que até outro dia estava no Supremo Tribunal Federal possa se tornar, imediatamente depois de se aposentar do seu cargo, advogado de um cliente como a J&F?

 

A empresa dos irmãos Batista tem uma causa de 15 bilhões de reais na Justiça; só os honorários dos advogados da parte vendedora estão fixados em 600 milhões de reais. Em 2017, apertada pela obrigação de pagar 11 bilhões de reais ao Tesouro Nacional para se livrar de processos criminais por corrupção ativa, a J&F foi obrigada a vender propriedades. Uma delas foi a indústria de celulose Eldorado, no Mato Grosso do Sul – vendida pelos irmãos Batista à empresa indonésia Paper Excellence. O problema é que eles venderam, mas não entregaram.

 

A J&F, tempos depois de fechar o negócio, viu a sua situação penal e econômica melhorar. (Hoje, inclusive, estão no céu: o ministro Antonio Toffoli, outro dia, simplesmente anulou a sua obrigação de pagar a multa que devia pela leniência recebida nos processos de corrupção. Deu, para justificar sua decisão, uma das razões mais assombrosas da história judicial do Brasil: a J&F, segundo Toffoli, “não tinha certeza” de que realmente queria assinar o acordo que assinou com o MP.) Houve, também, um aumento nos preços internacionais da celulose. Somadas umas coisas às outras, os irmãos desmancharam a venda, convencidos de que com os advogados, os juízes e os políticos certos, iriam deitar e rolar na justiça contra um adversário estrangeiro.

 

É onde estamos: sete anos depois de vendida, a Eldorado não foi entregue. A situação do comprador, hoje, está mais difícil do que nunca. Qual a imparcialidade que se pode esperar do STF num caso desses? O advogado dos irmãos Batista circula ali dentro como em sua casa, depois de 17 anos no cargo de ministro e ligação próxima com os colegas que estão lá hoje. Melhor ainda que advogado, ele é hoje o novo ministro da Justiça – e íntimo do presidente as República, sem o qual nunca teria sido nada na vida. Soma-se o ministro Toffoli a isso tudo, e a coisa fica fechada pelos sete lados. É essa a democracia brasileira que o STF e Lula salvam todos os dias.


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A META É ARRECADAR - 11.01.24


Por Richard Sacks - Dir. Eventos IEE

 

Mais um ano se inicia, e, com ele, a renovação do planejamento serve de inspiração para a projeção de um ciclo melhor. Estabelecemos metas e objetivos pessoais e profissionais: economizar, perder peso, passar mais tempo com a família. Mas para atingir esses planos, é preciso esforço.

O planejamento anual também acontece no governo federal. Para cumprir a meta de déficit primário zero estabelecida para este ano, o que significa que as receitas deverão ser iguais às despesas, ou seja, será gasto apenas o que for arrecadado, o plano é arrecadar mais, acompanhado de uma gastança maior. Então, para equilibrar as contas sem cortar custos, terá que haver muito aumento de impostos.

No planejamento das famílias brasileiras, já é de praxe separar parte ou todo o 13º salário para os gastos no início do ano. São aumentos de tarifas públicas, de mensalidades escolares e despesas com impostos como o IPVA e o IPTU. Uma recente pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo mostrou que 76,6% das famílias estavam endividadas e 29% tinham contas em atraso. Ou seja, milhões de brasileiros entram o ano com velhas contas pendentes, que se acumulam com as novas que chegam.

Ao longo de 2023, conseguimos finalmente aprovar a reforma tributária, que simplificou um pouco a complexidade tributária que temos no Brasil. Ao mesmo tempo, assistimos no término do ano a retrocessos que nos puxarão em direção contrária.

          Para completar, o fim de ano em Brasília foi marcado por anúncios de mais carga tributária para a população brasileira: o retorno da reoneração do diesel, o aumento do preço do gás de cozinha, a extinção gradativa do Perse (programa para incentivar o setor de eventos e turismo criado na pandemia) e o aumento dos impostos para carros elétricos e híbridos. Além disso, foi sancionada a lei que regulamenta as apostas esportivas, tributando empresas e apostadores. Mais impostos para a população, menos dinheiro no bolso do cidadão e menos competitividade para as empresas.

Enquanto Lula encerrou o ano editando uma medida provisória para reonerar gradualmente a folha de pagamento de diversos segmentos da economia, o ano de 2023 chegou ao fim com uma marca recorde de R$ 3,05 trilhões em tributos federais, estaduais e municipais recolhidos aos cofres públicos. O registro é do Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo, que estima a arrecadação nacional de tributos em tempo real.

Quem paga essa conta? O trabalhador, o empresário, o cidadão. É você, que sua todos os dias para ganhar dinheiro e segue sustentando os gastos públicos.

Essa série de aumentos de impostos não ajuda no crescimento de nosso país, muito pelo contrário. Para sair da pobreza, da desigualdade e do atraso, o Brasil deveria estar crescendo três ou quatro vezes mais do que cresce – e para isso seria indispensável colocar a conduta do Estado brasileiro num rumo exatamente oposto ao que segue hoje. Limitar retrocessos, diminuir o tamanho da máquina pública, reduzir a carga tributária e impulsionar reformas bem feitas é o difícil, mas necessário, caminho para o desenvolvimento.

O restante deixe a cargo do esforço e da liberdade do brasileiro que trabalha todos os dias, cumpre a lei e pagou absurdamente R$ 3 trilhões de impostos em 2023.


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QUE DEMOCRACIA É ESSA? - 08.01.24


Por Percival Puggina

 

Hoje, 8 de janeiro de 2024, as lideranças da oligarquia brasileira celebram o dia da “Democracia Inabalada”. A portas fechadas, 500 convidados, sob todos os zelos de segurança relaxados no ano passado, celebram a “democracia” sem povo, dos conciliábulos, dos sigilos, das imagens que somem, dos processos do fim do mundo, das excepcionalidades, dos Che Guevaras de caneta, das Scherezades das mil e uma noites de narrativas sem fim, dos senadores omissos e do vigoroso mercado do voto parlamentar.
 
Celebram a “democracia” dos corruptos libertos e dos presos políticos, dos mandatos caçados, das inelegibilidades, da intimidade devassada, da censura, dos assuntos proibidos, da insegurança jurídica, da imprensa que engorda no pasto e perdeu até o jeito até de fazer perguntas, e da Constituição transformada em caixa de ferramentas ou lojinha de conveniência.
 
A Constituição de 1988 criou um presidencialismo de cooptação. Num modelo pluripartidário, é normal nas democracias, especialmente nas parlamentares, o rateio dos cargos de governo entre as legendas da base de apoio. O que não é normal é o rateio geral do Estado, da administração pública, das empresas estatais e por onde quer que a ganância política espiche o olho cobiçoso. Estão comemorando isso também.
 
Lubrificada em saliva, a palavra “democracia” tem lugar permanente no vocabulário de pessoas públicas, seja como suposto objeto maior de seu zelo, seja como supremo bem das sociedades políticas. Muitas vezes, o orador é um tirano, mas usa e abusa da palavra. O sujeito pode reverenciar os maiores ditadores da história e manter relações afetuosas com os de hoje, mas afirma entreter com a democracia um amor filial. Não dá, não é mesmo?
 
A democracia pressupõe uma filosofia democrática cujo centro não seja o Estado, ou a classe, ou o partido, ou a pessoa que fala, mas a pessoa humana. Não havendo isso, cabe a contestação frontal: não há democracia sem democratas. Mentes autoritárias ou totalitárias não promovem uma democracia nem se lhes for dado manual completo de instruções.
 
João Camilo de Oliveira Torres ensinou em Harmonia Política (1961): “democracia é o Estado em que todos os poderes estão sujeitos à Lei e que tem como fundamento e condições para exercício o consentimento dos cidadãos, como finalidade, o bem comum do povo e como limite, os direitos fundamentais do homem”.
 
O Brasil tornou-se, claramente, uma oligarquia. Mas não prevalecerão!


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