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12 fev 2007

A DOENÇA (GRAVE) É FISCAL


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MANIA CHATA
Está pra lá de chata e insuportável esta recorrente mania de dizer e entender que o câmbio e os juros são os responsáveis pela falta de crescimento da economia. Como a imprensa não conhece o assunto, se vale exclusivamente de entrevistas feitas com setores mais prejudicados pelos juros altos e câmbio apreciado para estampar manchetes nos noticiários.
A DOENÇA É FISCAL
Seria preciso que todos entendessem, de forma clara e definitiva, que o problema que impede o desenvolvimento econômico do Brasil não está no câmbio e nos juros. A nossa doença, aliás muito grave, é de ordem fiscal. Está na exagerada despesa pública. Mexer nos juros, como muita gente quer e exige (inclusive as correntes do próprio PT); e no câmbio, provocando uma desvalorização do real, teriam conseqüências desastrosas para a economia brasileira. Simplesmente porque as causas do problema continuam absolutamente intactas.
POR SI SÓ
Com alguma redução sintomática nas despesas públicas, até porque não é possível chegar aos níveis corretos e necessários, a política monetária, influenciada pelo comportamento dos diversos agentes do mercado, por si só começa a mudar. Passa a promover ajustes no câmbio e nos juros. Que resultam, finalmente, em crescimento vigoroso da economia.
QUESTÕES
Como os políticos (por questões ideológicas) e a sociedade (por força de informação equivocada) se recusam a conhecer e atacar os nossos reais problemas, ou causas terríveis do nosso contínuo insucesso, preferem ficar reclamando do câmbio e dos juros. Mais: reclamam também da carga tributária, que mais existe para atender ao fantástico custo social, imposto pelas leis votadas e plenamente asseguradas na Constituição.
O PAPEL DA IMPRENSA
A imprensa, sempre apressada, muito confusa e bastante despreparada prefere manchetear as conseqüências do problema. Quer sempre atrair mais leitores e ouvintes. Assim, não explora a legítima causa dos problemas. E ainda influi afirmando que poderia haver perda de vantagens ao povo. Os políticos, que pouco entendem de lógica e de matemática, acabam também influenciados pelos noticiários para tomar atitudes. Por isto exigem mudanças no câmbio e queda nos juros. Como se isto bastasse. Ignoram os efeitos de tais medidas sem atacar as despesas públicas. Um horror.
COM OU SEM DÉFICIT
Seria ótimo se a sociedade entendesse, de forma bem clara, que com déficit ou sem déficit, a Previdência não pode continuar como está. E que as mudanças que estão sendo propostas, para dar mais transparência nas despesas com aposentadorias do INSS, em nada mudam as despesas de governo.
PREÇO PAGO
A conta, no final, é a mesma. Demasiadamente enorme. E vai aumentar muito mais a cada ano. Algo precisa ser feito antes que todos se convençam de que o problema está no câmbio e nos juros. Eles, simplesmente, são o preço que pagamos por deixar a doença fiscal tomar conta do nosso corpo econômico já debilitado.