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09 dez 2004

AS PROJEÇÕES DA FEDERASUL


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SEM COMEMORAÇÃO
Finalizando os encontros que as entidades empresariais fizeram com a imprensa neste final de ano, a Federasul foi a única que preferiu não comemorar resultados e não acreditar em crescimento sustentado. E atribui a sua descrença à elevada carga tributária existente. O peso dos tributos é um impeditivo certo para o desenvolvimento, afirmou várias vezes o presidente Paulo Feijó. Dizendo-se realista, entendi claramente que a tal realidade é de se lamentar, não de se comemorar.
CRESCENDO MENOS
Analisando sobre o ponto de vista do varejo, os ganhos de consumo deste ano não recuperam as perdas dos anos anteriores, que ainda vão levar muito tempo para chegar ao equilíbrio. E aí, só com muito crescimento, o que não está previsto pelos números apresentados. Em resumo, todos acreditam que vamos crescer, mas bem menos do que 2004.
CONTRIBUIÇÃO AO GOVERNO
A contribuição que o Governo Rigotto vai receber das entidades, segundo Feijó, é para que encare de vez a governança, o nível de gestão pública. E proponha uma redução paulatinamente a carga tributária, ano a ano. Para tanto será necessário empregar métodos mais adequados de administração, como aqueles já utilizados na iniciativa privada. Seria ótimo que Rigotto aceitasse o conselho.
O QUE SIGNIFICA O RISCO
Embora muita gente ainda entenda como exagerado o número de pontos que identifica o risco Brasil, comparado com outros países, vale uma explicação. Quanto maior o risco, menor é o sono. Isto explica o porquê dos pais nunca dormirem enquanto seus filhos estão fora. É a consciência do risco, que muda de tamanho de acordo com a fragilidade medida. E esta premissa, gente, está presente em todas as atividades. Vejam:
RISCO ECONÔMICO
Primeiro: não é só o risco econômico que é considerado no cálculo, embora tenha bom peso. A nossa economia é frágil por depender de capitais de investimento, coisa que é escassa por aqui. E o nosso endividamento é muito alto e concentrado. Basta, portanto, uma notícia ruim por aqui, ou algo que represente um melhor investimento em outro país. Pronto, lá se vão os capitais necessários que precisamos para nos tirar do atoleiro. ´Temos, pois, um risco evidente, com grande probabilidade de ocorrência.
OUTROS RISCOS
Segundo: há o risco social, onde a violência, a corrupção, o narcotráfico, etc. também pesam na composição das oportunidades de investimento. Quanto mais incontroláveis, menos chances de sucesso nos investimentos. E, neste particular, creio que não é preciso ficar argumentando, não é mesmo? Terceiro: sobra o risco político. Como a nossa governabilidade depende de acordos com outros partidos, e há, por exemplo, um partido chamado PMDB no Brasil, o risco só pode mesmo continuar elevado.
COMPARAÇÕES IMPORTANTES
Para ajudar no entendimento, observem que os países mais arriscados para investir hoje, à frente do Brasil, são: a Argentina, com 5317 pontos base; o Equador, com 721 pb; a Nigéria, com 636 pb; e as Filipinas, com 470 pb. O Brasil está com 426 pb, Venezuela com 422, Colômbia com 340, Ucrânia com 295 África com 196, México com 171. Por outro lado, a nossa melhora de 8%, em 2004, foi bem menor do que ocorreu com a Bulgária, por exemplo, que reduziu o risco em 48% chegando a 92 pb. A Venezuela teve redução de 29%, a Polônia 27,5% e está hoje com 50 pb. Enfim, melhoramos é verdade, mas bem menos do que muitos outros países.
O EXEMPLO DE TARTARUGALZINHO
Gente, o que descrevo abaixo não se trata de algo que acontece só em Tartaruglazinho, município localizado no Amapá. Outros municípios brasileiros vivem a mesma situação, lamentavelmente. Vale observar o altíssimo grau de ignorância que reina neste país, o qual só encarece a vida de todos os brasileiros. Além, é claro, de estimular programas sociais irresponsáveis, que preferem atacar efeitos sem resolver as causas.Vejam o absurdo: cada casal, em Tarturugalzinho, AP, norte brasileiro, tem em média 7,8 crianças. A renda percebida pelo casal não é suficiente sequer para sustentar o próprio casal. Imaginem 7,8 filhos. É, pois, um fábrica que funciona em três turnos, sem parar, operada por seres irracionais que produzem mais seres irracionais. Que eternizam os problemas presentes e agravam os futuros. E não é produção para exportação, gente. É para engrossar o número de marginais que já são muitos neste Brasil. Viva a ignorância.