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17 nov 2009

O GRANDE TESTE


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TORÓS
Quem leu o longo depoimento do ex-diretor do Banco Central, Mário Torós, publicado no jornal Valor Econômico de sexta-feira, 13, não tem a menor dúvida de que ali está a razão da sua substituição, ontem, por Aldo Luiz Mendes.
CAIXA PRETA
Mostrando claramente que não estava disposto a continuar no cargo, Torós simplesmente abriu a caixa preta das angústias vividas por Henrique Meirelles e sua equipe no auge da crise, em dezembro de 2008. Foi, realmente, um momento pra lá de crítico, pelo que revela Torós.
ESPECULAÇÃO CAMBIAL
A manobra tentada por um ou mais agentes do mercado, em dezembro de 2008, era elevar a cotação do dólar a R$ 3,00 para tentar obter ganhos espetaculares ao despejar as posições compradas na cabeça do BC. Aliás, em anos anteriores isto já havia acontecido com grande sucesso.
MEIRELLES
Desta vez, no entanto, os especuladores (lato senso) se deram mal. Graças à ousadia do BC, que operou através de swaps cambiais, coisa até então nunca praticada corretamente no Brasil. Foi, enfim, o que salvou a cabeça de Meirelles, que segundo Torós, já estava praticamente fora do BC.
TUDO CRÍVEL
O que se depreende, pelo depoimento de Torós, é que ele não mostra nada que não seja lógico ou verdadeiro. Tudo que foi dito é absolutamente crível. Inclusive, a fragilidade de um sistema até então nunca testado, efetivamente.
BONS E MAUS MOMENTOS
Não sei o quanto Torós ainda está disposto a falar mais do que já declarou ao jornal Valor. Não sei se conseguirá transparecer melhor os bons e maus momentos que a autoridade monetária vive no dia a dia, principalmente diante das crises que precisa enfrentar.
SISTEMA SÓLIDO
De qualquer forma, pelo sucesso alcançado no episódio de dezembro de 2008, bem narrado por Mário Torós, penso que aí estava o grande teste. E o Brasil se saiu tão bem que acabou aprovado com nota máxima perante a comunidade financeira internacional. O Brasil, enfim, provou ao mundo que tem um sistema financeiro sólido.