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10 nov 2009

PESQUISA REVELADORA


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MENOS LIBERDADE
Em termos relativos, a minha luta diária em busca de maior liberdade para os brasileiros tem resultado num grande fracasso. Esta impressão ficou muito clara depois que tomei conhecimento da pesquisa divulgada ontem, realizada em 27 países, a pedido da BBC.
GOSTO PELA INTERVENÇÃO
Embora deva acreditar nos dados revelados pela pesquisa, por ser um estudo científico, não deixo de ficar muito triste quando noto que 64% dos brasileiros entrevistados defendem mais controle do governo sobre as principais indústrias do país.
MAIS REGULAÇÃO
A tristeza aumenta ainda mais quando leio que 87% dos entrevistados querem o governo regulando os negócios no país. E choro profundamente ao saber que 89% querem que o Estado seja mais ativo promovendo a distribuição de riquezas.
MENOS CAPITALISMO
A importante pesquisa revela, em última análise, que os brasileiros simplesmente não gostam do capitalismo, do livre mercado. Todos têm celulares, frequentam supermercados, usam a internet, correm para comprar automóveis, frequentam shopping centers, sabidamente símbolos do capitalismo, mas exigem a presença do Estado como regulador.
O MUNDO ESTÁ MELHOR QUE O BRASIL o
Chama a atenção, inclusive, que 35% dos brasileiros disseram que o capitalismo tem muitos problemas e que é preciso um novo sistema econômico. A média mundial (27 países pesquisados) que pensa da mesma maneira é bem inferior: 23%. Aliás, na comparação com a média mundial, os brasileiros superaram em todos os pontos:apenas 8% dos brasileiros opinaram dizendo que o sistema funciona bem e mais regulação o tornaria menos eficiente. A média mundial ficou em 11%. Para outros 43% dos entrevistados brasileiros, o livre mercado tem alguns problemas, que podem ser resolvidos através de mais regulação ou controle. A média mundial foi de 51%.
MAIS À ESQUERDA
Tomando por base as comparações acima, que demonstram a cabeça muito atrasada do nosso povo, é bom lembrar que a discussão não é apenas brasileira, mas latino-americana. Segundo Steven Kull, diretor do Programa sobre Atitudes em Políticas Internacionais (Pipa, na sigla em inglês), com sede em Washington, o nosso continente está -mais à esquerda- em relação a outras regiões do mundo. Alguma novidade nisso?
ENTREVISTADOS
A pesquisa ouviu 835 entrevistados entre os dias 2 e 4 de julho, nas ruas de Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Goiânia, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.