Artigos

16 set 2005

COLÍRIO DE PIMENTA


BASTARIA COPIAR

O governador Rigotto, do RS, está irado. Nesta semana, entre várias críticas que desferiu ao governo central, condenou a timidez do COPOM, por ter promovido a redução do juro básico em 0,25 pontos percentuais, e lamentou a guerra fiscal promovida, principalmente, pelos governos paulista e mineiro. Fantástico. Rigotto, se tivesse algum interesse pelo povo, deveria elogiar e copiar os governos que se mostram preocupados em melhorar suas receitas e governar para o povo, cobrando menos tributos.

DANDO O FORA

Ao contrário, Rigotto ainda faz questão de criticar as coisas boas que estão acontecendo fora do RS. É uma pena que seja assim, até porque ele se diz interessado em se candidatar à presidente. Caso consiga a proeza tenho muito receio com o seu plano de governo. A considerar as suas práticas tributárias estaremos todos fritos. Como demonstra forte paixão por empresas estatais e folhas de pagamento de servidores o negócio é dar o fora daqui o quanto antes.

SENSIBILIDADE

Quando critica o COPOM percebo que tudo aquilo que Rigotto exige do BC é o inverso do que pratica no RS. O COPOM precisaria ser saudado pela redução da taxa Selic. Os impostos sobre telefonia, combustíveis e energia que foram aumentados pelo governador, não sofreram qualquer redução. Nada. Precisamos dar um - Viva!- ao COPOM. Que mostrou mais sensibilidade.

PENA CAPITAL

Os estupradores sabem perfeitamente da pena reservada a eles dentro dos presídios. A pena de morte. Coisa antiga e sempre mantida. Bandido tolera muita coisa, mas não tolera estupro. Creio que uma pena similar, não idêntica, pode começar a ser aplicada no Congresso Nacional. Quem consegue proteção judicial tentando evitar cassação, aí mesmo é que acaba mal. Quando chegar a hora da votação, que pode tardar mas não falhar, até aqueles que ainda poderiam ter votado a favor de certas permanências já terão mudado de idéia. A protelação das cassações, com a interferência do Judiciário, diminui o interesse pela justiça e aumenta mais o espírito da vingança.

SEMANA CHEIA

Chegamos ao final de uma das semanas mais cheias de acontecimentos importantes deste ano. Os resultados foram promissores para demonstrar o quanto somos uma republiqueta no ambiente político. Felizmente, pelo lado econômico, as coisas estão melhores comparativamente. Longe de ser exemplo, mas melhores do que o lado político apodrecido. O difícil é entender que vários países, que outrora foram subdesenvolvidos, não são copiados por nós.

REINVENTAR O MUNDO

Quando a história nos fornece situações que poderiam ser evitadas por serem prejudiciais às pessoas, o lógico é procurar outro caminho. Como os países mais antigos já tentaram todas as formas de governo, e se decidiram por vias mais inteligentes, qual a razão para permanecermos no passado? O aprendizado está em conhecer os fracassos para não persegui-los e conhecer as vitórias para andar com elas. Nós ainda queremos reinventar o mundo. É triste.

Leia mais

15 set 2005

O CARTÃO VERMELHO E O JUIZ DE FORA


MELHOR EM CAMPO

A safra de cassações começou. O primeiro cartão vermelho que a comissão de arbitragem aplicou foi para o melhor jogador em campo. Por colocar a mão na bola. Roberto Jefferson, sem dúvida, foi quem propiciou o espetáculo e foi quem fez as melhores jogadas. Com grande habilidade deu também os passes e pistas para que outras expulsões venham a acontecer no decorrer do jogo.

JUIZ ESTRAGA-FESTA

Querendo estragar o espetáculo, um juiz alheio ao assunto, que nada tem a ver com o esporte em questão, se intrometeu muito para desmoralizar os árbitros da contenda. Assim, os demais insubordinados que seriam expulsos também vão poder conviver um pouco mais no ambiente da disputa. A decisão não ajudou em coisa alguma. Ao contrário. Foi pior para todos: para o juiz intrometido, para os crápulas mantidos, para aqueles que assumiriam os postos, e, para a sociedade que já está p da cara com toda esta farsa.

MANIFESTAÇÃO DA TORCIDA

Alguns torcedores fanáticos, que não conhecem as regras mas ficam gritando desesperadamente nas arquibancadas conseguiram aparecer com destaque. O mais curioso de todos foi o dep. Henrique Fontana, do PT. Disse um monte de bobagens imaginando que todos os expectadores são do seu time. Um time fracassado, que joga mal, e ainda por cima tenta enganar o árbitros com atitudes de baixo nível, onde dedo nos olhos e outras coisas mais feias gostam de praticar.

AS MENINAS DO JÔ

Há algumas semanas venho acompanhando, às quartas feiras, o programa do Jô Soares, onde acontece um debate com as chamadas -Meninas do Jô-. Entre as quatro sempre presentes, o destaque positivo fica, em primeiro lugar, para Lúcia Hippolito. É uma mulher inteligente, preparada, elegante. E mostra sempre conhecimento suficiente para esclarecer o ambiente político. Nota 10. Também se destaca positivamente a comentarista da Globonews, Cristiana Lobo. Experiente pela convivência com os políticos, consegue apanhar o clima do momento comunicando com clareza e lógica os acontecimentos. Nota 9. Já a Sônia Racy e a Ana Maria Tahan, não passam de duas bobocas. Não há coisa alguma de útil nas suas manifestações e proposições. Medíocres, ficam sem nota.

MONSTRO NA ONU

Fico imaginando o que os participantes das reuniões da ONU, que estão acontecendo desde a semana anterior, pensam sobre os representantes que elegemos. Devem estar apavorados assim como eu estou. Sendo pouco lógicos, já imaginam que somos todos iguais e fracos de cabeça. Na semana anterior, o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti gastou o nosso dinheiro para se apresentar em, NY, onde disse bobagens e idiotices. Cheio de suspeição deu demonstração de caráter complicado ao negar tudo aquilo que o acabou condenando por ser verdade. Enfim, Severino foi mostrar ao mundo que é portador de um estilo fraudulento e mentiroso. Tripudiou até no cadáver de seu próprio filho. Um monstro.

OLHO NO OLHO

Chefe de um partido altamente perigoso, onde vários assessores estão envolvidos em falcatruas fantásticas, Lula também foi para NY. Como Severino, Lula deve estar sendo olhado da mesma forma suspeita como nós aqui também estamos olhando. Afinal, que sina é esta? Além de vivermos cheios de problemas, ainda gastamos o nosso dinheiro para levar e mostrar ao mundo estes maus exemplos. Só fico imaginando o que os demais chefes de parlamentos e de nações estão pensando de nós. Boa coisa não é.

Leia mais

14 set 2005

A ORIGEM DA RENDA


A RENDA E A SUA DISTRIBUIÇÃO

A sociedade brasileira, em parte, e os governantes, todos, ainda não se convenceram de que a renda é proveniente, exclusivamente, do produto. Quanto mais produtos e serviços existem e são comercializados, mais renda. E a distribuição dela, ou seja, do produto, se faz pela negociação exercida entre os agentes que lidam com ela. Acaciano, não? Pois é. No Brasil, entretanto, as coisas não funcionam bem assim. Aqui, a maior parte da renda é transferida, de forma compulsória, para quem não faz o produto, ou seja, para quem trabalha no setor público. Que, embora escolhidos e pagos para prestar serviços que permitam melhores condições para que o produto exista, não o fazem. Como já constatado.

ASILO PÚBLICO

Por favor, para evitar mal entendido ou qualquer discriminação, não estou afirmando que o setor público não deva existir. E que servidores não sejam necessários. Porém, é certo que hoje, quem produz já entrega a metade do produzido para o setor público usar e se lambuzar. Isto vale para tudo: camisas, gravatas, relógios, automóveis, bifes, enfim, tudo. Não houvesse o dinheiro, o escambo explicaria que 50% dos produtos são entregues, literalmente, pelos produtores, aos funcionários do setor público. E os serviços que deveriam ser prestados, mas não são, acabam adquiridos no mercado. Criamos assim, um asilo público de sustentação privada.

BASE DE REMUNERAÇÃO

Além disso, a mão de obra que elabora os produtos e faz os serviços tem como base de remuneração o tamanho e o valor da inteligência empregada, cujo preço é extraído através do mercado de oferta e demanda das pessoas envolvidas. Se o nosso PIB, ou produto, que está em torno de R$ 2 trilhões, por quê a maioria destas pessoas que fazem os produtos ou prestam serviços ganham pouco? A resposta é mais do que simples, e está bem respondida no bloco acima: o governo e aqueles que não fazem o produto ficam com a maior parte. E não entregam muito pelo que recebem.

240 BILHÕES PARA DISTRIBUIR

Se a carga tributária no Brasil fosse, por hipótese, de 25% do PIB, ao invés dos atuais 37%, sobrariam 12 pontos percentuais, equivalentes a R$ 240 bilhões, que poderiam ser distribuídos entre os agentes produtores conforme a lei da oferta e demanda. O bastante para promover uma mais justa e correta distribuição da renda. Quando alguém reclama da nossa péssima forma de distribuir ganhos deveria entender que tudo isto se deve aos governos, que ficam com o que pertence aos produtores, pois prestam maus serviços que não atendem às necessidades de quem lhes paga.

PRECATÓRIOS

As dívidas dos Estados e Municípios, como todos sabem, foram negociadas com a União. Este mico representa, hoje, mais de R$ 450 bilhões. É quase a metade da dívida pública interna em poder do mercado. Muito embora os Estados e municípios não possam mais emitir títulos ou constituir despesas, como manda a LRF, as coisas não ficam por aí. Uma outra dívida monstruosa e pouco comentada anda aumentado cada vez mais: são as dívidas dos precatórios. O rombo chega, hoje, a R$ 62 bilhões. E cresce constantemente por se tratar de decisões judiciais contra os governos. O pior é que neste particular o calote já chegou. Ninguém paga ninguém. E a proposta do STF para equacionar o problema parece não agradar aos caloteiros. Que praga.

EM ESTADO LAMENTÁVEL

O RS está em estado lamentável. É o pior do país. O crescimento industrial não existe. Ao contrário, ele decresce. Em julho, o decréscimo foi brutal: 8,7%. No ano, menos 4%. Nos últimos doze meses: menos 0,6%. É possível debitar todo este fracasso à estiagem? Nunca. Esta é a colheita do fracasso plantado pelo PT, no governo de Olívio Dutra. Some-se também a este prato vazio, a péssima providência de Rigotto, endossada pela Assembléia do RS, de aumentar os impostos sobre telefonia, combustíveis e energia. Aqui é assim: doença se ataca com veneno. Mata mais rápido.

Leia mais

13 set 2005

PERSONALIDADE MARCANTE


CARLOS MURGEL

Certas pessoas têm um significado especial para cada um de nós. São aquelas que cultivamos sempre pelas ótimas lembranças e a quem damos crédito pelas coisas boas que nos proporcionaram. O interessante é que estas personalidades marcantes não precisam estar exatamente entre os amigos com quem mais temos contato. Mas estão sempre entre aqueles a quem queremos bem. Quando recebemos a notícia de que deixaram esta vida, já ficamos imediatamente mais saudosos. Esta certeza se revela mais ainda quando lamentamos a perda. Sem usar os anteparos dos cínicos protocolos que a vida social reserva a muitos dos presentes nos velórios.

NOVA JORNADA

Carlos Murgel, diretor presidente da Forjas Taurus é uma dessas pessoas marcantes na minha vida. Foi o primeiro a acreditar nas minhas convicções. Confiante, fez questão de assinar por muito tempo, com a marca Taurus, as minhas opiniões liberais. Acreditou seriamente no meu trabalho. Fez, no entanto, uma forte ressalva ao conceder a assinatura comercial da Taurus nos meus programas: -

Quando mudares de lado estarei fora. Não haverá razão alguma para a Taurus continuar contigo

-. Falecido ontem, Murgel, tenho certeza, não partiu decepcionado. Grato pela confiança, Murgel. Que continues como personalidade marcante também na nova jornada. Adeus.

DISCRIMINATÓRIO

O Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial ?ETCO- está se mostrando uma instituição altamente discriminatória e carregada de sentimento de perseguição. Ataca tão somente a pirataria e o contrabando de cigarros, DVDs, CDs, periféricos e outras bugigangas. E tem foco, principalmente, na fronteira com o Paraguai, pelo visto. É uma pena que seja assim, pois está deixando de examinar, informar e perseguir, junto com os nossos governantes, as verdadeiras razões da existência destes atos ilegais.

ALTA TAXAÇÃO

A pirataria e o contrabando só existem quando um país exagera nos tributos. Produtos mais tributados são aqueles sempre mais sugestivos para quem quer ganhar algum dinheiro. Está tudo muito claro: os mais sugestivos são os produtos mais taxados. Portanto, ao conceder um desconto, ao comprador, de uma parte do imposto que deixa de ser pago, a vantagem para ambos os lados do negócio já é excepcional. Vale o risco. Considerando ainda que o sistema de fiscalização não é muito severo, mais atraente fica a ilegalidade.

CÓRNER

Segundo o Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa, pirataria é o ato de praticar roubo, extorsão e patifaria. Ora, se a extorsão está inserida no significado, o cartel também está entre os crimes que afeta o espírito concorrencial. Como os postos de combustíveis praticam abertamente a extorsão pelos preços cobrados, qual a razão para tanta perseguição para com àqueles que vendem DVds e Cds? O ETCO precisa rever com urgência a sua posição e entrar para valer naquilo que está deixando toda a sociedade em córner.

LEI ELEITORAL

Por favor, não confundam esta proposta de uma nova Lei Eleitoral, já aprovada no Senado e que tem muitos furos, com uma necessária Reforma Política, que sequer começou a ser feita. Embora seja razoável mexer nas regras que definem procedimentos de candidatos é importante que não se estabeleça, a partir das mudanças, um princípio de censura. Além disso, sugiro que, ao invés de verbas públicas para custear campanhas (que tem origem nos impostos pagos pelos cidadãos), que os recursos continuem sendo obtidos por doações empresas e pessoas físicas. Mas, que passem a ser todos, obrigatoriamente, depositadas no Fundo Partidário. Seria mais transparente. Os doadores, por sua vez, poderiam ter o direito, (e não o dever) de indicar suas preferências por candidatos e partidos. Sendo tudo pela via nominal, não haveria razão para suspeitas.

Leia mais

12 set 2005

LIÇÕES DE POLÍTICA E ECONOMIA


OLHOS BEM ABERTOS

O mundo ocidental sempre disse que os japoneses têm os olhos entreabertos ou rasgados. Espero que esta percepção não se confunda com alguma falta de visão. Até porque lá no Japão as coisas mostram ser bem diferentes. O fato é que, apesar das aparências, eles acabam de nos dar mais uma prova de desenvolvimento e inteligência. Foram várias lições numa só aula ou atitude tomada pelo primeiro-ministro Koizumi ao convocar eleições no Parlamento. Lições de democracia, de política e de economia para países como o Brasil, que vive sofrendo economicamente, e pena muito politicamente há muitos e muitos anos.

LIÇÕES FANTÁSTICAS

A primeira lição dada pelos japoneses foi mostrar a eficiência e o acerto do sistema parlamentarista. A segunda foi por ter prevalecido, na eleição de ontem, a vontade do premier na privatização do Correio. A terceira, que o povo acabou por fazer um plebiscito afirmativo, ao dar a Koizumi o número de cadeiras para que o projeto de privatização aconteça. Maravilha, gente. A atitude corajosa, equilibrada e sensata, de Junichiro Koizumi, foi francamente apoiada pelo povo japonês.

VIVA KOIZUMI

O que vimos ontem e está repercutindo hoje é simplesmente fantástico e digno de ser levado a todos os livros de economia e política do mundo todo. Principalmente para países vacilantes e subdesenvolvidos, como o Brasil. O dinheiro que estamos gastando com o plebiscito sobre a venda de armas, que é uma enorme imbecilidade, deveria ser aproveitado para que o povo pudesse esclarecer o que deveria acontecer com os nossos políticos e com o nosso falido sistema de governo. Viva o Japão. Viva Koizumi.

CONFIRMAÇÃO DA BURRICE

Para confirmar as nossas necessidades, vejam só a frase, muito curiosa, escrita certamente por ignorantes num dos muros da cidade: - É preciso libertar o Brasil e construir o comunismo. ? Ora, quem escreveu a besteira mal sabe que o comunismo constrói o isolacionismo. Mais: acaba definitivamente com a liberdade. Os exemplos estão aí para serem vistos e comentados. Isto ninguém pode mais dizer que não sabe. Liberdade se faz com capitalismo, nunca com socialismo ou com mercantilismo, coisa que só existe por aqui. Benza Deus.

A RESPOSTA DO MERCADO

Os jornais estamparam o mau resultado colhido pelo segmento de máquinas agrícolas na Expointer 2005, assim como destacaram o bom resultado na venda de animais. Até aí tudo bem. O que não me conformo é com as explicações. Todos atribuem à estiagem a queda das vendas de máquinas. Nada disto. As vendas feitas em anos anteriores, muito significativas, supriram o campo por um bom período. Ainda mais com o uso do Moderfrota, pelo BNDES. Agora, depois de bem abastecido, o setor pára de comprar por algum tempo. A estiagem até contribuiu para alguma redução das vendas, mas não do tamanho mostrado.

OS DETRATORES

Volto, mais uma vez, a mostrar quem são e como agem os governantes e certos empresários do RS. Com o anúncio do absolutamente necessário aumento dos combustíveis, pela Petrobrás, motivado pelo aumento dos preços internacionais do petróleo, os gaúchos foram à lona. Tanto os moradores quanto os visitantes. Enquanto a refinaria aumentou em 10% a gasolina e 12% o diesel, o governo do RS lavou as mãos e não quis compensar com a diminuição do ICMS. Os empresários de postos, mais uma vez, entenderam que deveriam aumentar a gasolina em 12,5% nos postos. Para manterem a mesma margem brutal, anteriormente praticada, bastaria aumentar em 5%. Resolveram tripudiar. Isto é ou não um cartel?

Leia mais

09 set 2005

GRAÇAS AO AJUSTE MACROECONÔMICO


SENSATEZ INESPERADA

Mesmo com um crescimento abaixo da média dos países latino-americanos, ainda assim precisamos festejar os pequenos avanços apresentados pela nossa economia. Gente, com toda a clareza: só não estamos pior no todo, graças ao ajuste macroeconômico feito nos últimos anos. Felizmente, o governo atual, apesar das críticas dos detratores de seu próprio partido, mantém a correta política econômica, que vem sendo firme, persistente e, o mais importante, continuada. Os sensatos jamais imaginaram que isto fosse possível no governo Lula. E os insensatos deploram o que ainda nos sustenta. A alegria, portanto, não é pelo crescimento que precisamos, mas pela credibilidade conquistada que deixou o setor privado bem mais confiante.

PLANOS FRACASSADOS

Não fosse a política econômica adotada pelo governo, qual seria a situação do Brasil, atualmente? Esta pergunta o mercado procura responder todos os dias. E, para tanto, leva sempre em consideração as pressões enormes e constantes que os mais diversos setores da economia fazem para que a tal política seja mais branda. Note-se que são as mesmas pressões, constantes, que desde sempre acontecem por aqui, e que explicam a inexistência de um plano econômico vencedor, entre tantos tentados, testados e fracassados.

O MAIOR PECADO

Os erros cometidos ao longo dos tempos, cá entre nós foram incontáveis, assim como a maioria dos planos também foram pífios. Mas, o maior pecado, sempre cometido em todas as tentativas, foi permitir que as causas dos nossos problemas permanecessem intactas. Mal preparados, e mal explicados, tanto os governos quanto os programas, sempre deram a entender que poderiam se resolver por si. Por isso os fracassos acabaram por ser debitados só aos planos, o que é um erro imperdoável. Como se isto não bastasse, a nossa paciência se esgotou sempre antes que algum resultado, por menor que fosse, pudesse aparecer.

PREMISSAS BÁSICAS

Hoje, felizmente, já não há espaço para planos econômicos. Vivemos uma fase mais voltada para políticas econômicas, as quais têm o compromisso sempre temporário de promover um controle efetivo da inflação e das contas públicas, e que possa nos levar a algum crescimento e desenvolvimento. Mas, de novo, não há política que, sozinha, seja capaz de dar solução aos problemas do país. Nós dependemos das premissas básicas para dar sustentação a qualquer programa de governo. Como negamos, dia após dia, o ataque às causas do nosso subdesenvolvimento, e da cura dos nossos problemas, sempre empurramos com a barriga o cumprimento destas premissas. Sem elas, é preciso que se entenda isto com urgência, os planos e políticas econômicas estarão sempre condenados ao fracasso. E mais: a cada dia que passa esta falta de solução aumenta mais ainda o custo-país, o que dificulta muito a equação da solução.

NÃO HÁ PLANO SEM CAUSA

Premissas são as reformas estruturais corretas para liquidar com as causas que nos mantém sempre no atraso e na pré-história. Causas estas que sempre nos levaram a fazer tantos planos econômicos idiotas e medíocres. Gente, anotem aí: não há plano sem causa. E no nosso caso isto está no plural: causas. Elas precisam ser atacadas para que não precisemos fazer novos planos, sempre destinados ao fracasso. E enquanto não houver este comprometimento de liquidar com a doença, deveria ser proibido o anúncio de novas medidas econômicas. A política atual, com Palocci ou qualquer outro à frente, depende das indispensáveis reformas. Enquanto elas não vêm, a política econômica precisa ser, no mínimo, duradoura, firme e austera. Mas uma coisa é certa: sem as tais reformas, e bem feitas, não há plano ou política que possa dar algum resultado positivo. Nunca.

PRESSÕES

O governo atual, como estamos carecas de saber, anda botando, exageradamente, os pés pelas mãos nas questões políticas. Deprimente também nas questões sociais, onde é assistencialista e mau gestor do dinheiro público. Na economia, com as suas limitações, ainda acerta mais do que erra. Graças ao ajuste macroeconômico, à política econômica e por não se submeter às pressões diárias dos segmentos da sociedade mais organizada. Estas pressões, que nunca se dirigem às causas, é que sempre impediram algum sucesso dos planos anteriores. Felizmente, desta vez, a pressão não atingiu a política cambial, onde o fantástico câmbio flutuante, ao sabor do mercado, continua prosperando. Idem quanto às taxas de juros, por estarem combatendo a inflação, coisa que sempre assolou este país. Resumo: pela primeira vez, depois de muitos anos, conseguimos ter uma política econômica mais firme, austera e prolongada. Que, é óbvio, não cura os nossos graves problemas. Precisamos, mais uma vez, é atingir, com precisão, as causas terríveis que nos impõem este sacrifício crônico.

Leia mais