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20 mar 2009

UMA SEMANA E TANTO


ESCÂNDALOS

Esta foi uma semana e tanto, não? Embora já estejamos muito acostumados a conviver num ambiente carregado de escândalos em que o dinheiro público (proveniente dos impostos pagos), ora é jogado fora pelo desperdício, ora vai parar nas mãos, bolsos e contas bancárias de políticos e seus assessores, ainda assim pode-se dizer que esta semana foi ímpar.

CONTAINER

O que provocou a grande indignação não foi a existência das mais de 180 diretorias do Senado, embora tenha causado grande irritação. O que mais indignou a sociedade é que ninguém sabia da existência do tenebroso escândalo. O Senado, como se vê, é mais do que uma caixa preta. Está mais para um enorme Baú, ou Container, onde todos que lá trabalham põem a mão e sacam o quanto podem.

QUERMESSE

O que precisa ser registrado é que o grande mentor desta verdadeira festa com o dinheiro público foi o magnífico José Sarney, que voltou a ocupar a presidência da Casa. Ora, quem gosta deste tipo de safadeza tem alguma credibilidade para desfazer a quermesse? Então, das duas uma: ou o povo toma uma decisiva atitude e acaba com a festa; ou tudo vai piorar, porque o Sarney não vai desistir.

ACABAR COM O SENADO

A primeira proposta de Sarney para uma diminuição do escândalo foi uma redução de 50 diretorias. Maravilha, não? Qualquer empresa de porte não tem mais de cinco ou seis diretores. O Senado precisa de 130? Ora, o que nos deixa mais irritados ainda (se isto ainda é possível) é a solução apresentada pelo safado. O correto mesmo seria acabar, definitivamente, com o Senado.

INGENUIDADE

Desculpem a minha ingenuidade, mas sendo muito preciso e objetivo ainda deveríamos aproveitar o momento para abrir outros Baús ou Containeres. Por exemplo: da Câmara de Deputados, do Executivo e do Judiciário. Mais: dos órgãos públicos de todos os Estados e municípios. Sei que nada disso será feito. Em todo caso a proposta aí está.

ATITUDE DEMOCRATA

No ambiente internacional, ou melhor, no quintal latinoamericano, mais uma atitude típica de um democrata: o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, anunciou a nacionalização de uma das maiores instituições financeiras do país, o Banco da Venezuela, que pertence ao grupo espanhol Santander. Olhem só: o Senado do Brasil está pronto para aprovar o ingresso da Venezuela no Mercosul.

LULA, O OTIMISTA

O governo Lula continua reduzindo a perspectiva de crescimento do PIB para 2009. Ontem, o ministro do Planejamento informou que o orçamento da União precisará será cortado em mais de R$ 20 bilhões. Ora, como o meu prognóstico foi de um crescimento zero para este ano fui rotulado de pessimista. E Lula, por sua vez, além de insultar quem fez previsões realistas, ainda posa de otimista. Tá bom.

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19 mar 2009

O GOVERNO E A POUPANÇA


MIGRAÇÃO

Depois da última reunião do COPOM, quando a taxa Selic foi reduzida para 11,25%, a grande preocupação do governo passou a ser a já esperada migração das aplicações financeiras de prazo fixo e renda indexada, para a Caderneta de Poupança.

ISENÇÃO FISCAL

O que leva a esta preocupação do governo é que a Caderneta de Poupança, por ter isenção fiscal (IR), se revela como um produto altamente competitivo, se comprada com os títulos de prazo fixo que tem a Selic como indexador de remuneração.

DECISÃO JUSTA

Como a vantagem, no atual nível da taxa Selic, é nítida em favor da Poupança, muitos investidores não estão perdendo tempo: estão sacando das aplicações de renda fixa e/ou indexadas para depositar na Caderneta, que em termos de renda líquida é mais vantajosa. Uma decisão, antes de tudo, muito justa e oportuna, logicamente.

O RECADO DE LULA

Ao ser advertido de que os investidores estão querendo um melhor rendimento líquido com o máximo de segurança, Lula deu um recado ao mercado: o governo vai precisar mexer no rendimento da Caderneta de Poupança para evitar a enorme e inevitável migração.

O PROBLEMA É FISCAL

Ora, não é na Carderneta de Poupança que Lula precisa mexer, gente. Não é ali que reside o problema. A questão é meramente fiscal. Portanto, não é preciso fazer mudnaças na forma de rendimento da Poupança. Basta baixar a alíquota do IR sobre as aplicações financeiras. Nada mais.

ALÍQUOTA DO IR

A Caderneta, da forma como está, se comparada a nova Selic em vigor, não ganharia tantos adeptos caso o governo determinasse uma redução do IR para 10%, por exemplo, ao invés de 22,5% cobrados atualmente.

SENADO SAFADO

Se a indignação dos brasileiros foi enorme quando tomou conhecimento de que o Senado mantinha 136 diretores (como também informei ontem), imagino como está agora, ao saber que eles são mais de 180. Nem vou arriscar o número recente para não precisar retificar novamente o tamanho do escândalo. Com tantos diretores só imagino o número de funcionários. O Maracanã, sem medo de errar, é pequeno demais para receber tanta gente. Um leitor me informa que só a gráfica do Senado tem mais de 3.000 funcionários. Que tal?E o povo continua anestesiado. Pode?

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18 mar 2009

QUANDO A FICHA VAI CAIR?


136 DIRETORES

O número de diretores do Senado da República dá uma pista do quanto somos mal informados sobre a condução da administração pública no Brasil. Só com séria denúncias é que o povo brasileiros tomou conhecimento de que o Senado conta com 136 os diretores. Um verdadeiro absurdo independente das safadezas por eles praticadas.

SENADO? PRA QUÊ?

Nenhuma empresa privada, em qualquer lugar do mundo, se sustentaria com tantos diretores. Todas, sem exceção, já teriam falido. Ora, se for levado em consideração que além do excesso de diretores, o Senado não produz o que é bom e necesário, uma coisa é certa: a Casa não justifica a sua existência. Resultado: a economia seria imensa e os desvios não existiriam.

IMAGINEM...

Imaginem quanto o Brasil ganharia caso o Senado não existisse. Imaginem mais: quanto o país ganharia caso o projeto do deputado Clodovil, falecido ontem, que pedia a redução de 50% do número de deputados federais, tivesse obtido aprovação. Aí seria a glória. Mas, devaneios a parte, nem uma coisa nem outra acontecerá por aqui. Assim como as reformas.

APELOS

Os leitores/assinantes do Ponto Crítico já se habituaram aos apelos que tenho feito, sistemática e exaustivamente, sobre as tais reformas que o Brasil muito necessita para enfrentar, tanto a nossa realidade interna quanto a desse mundo afora. Todos os apelos, repito, sempre fundamentados.

MISSÃO DIFÍCIL

É óbvio que o sucesso desta minha missão é quase impossível. Ainda assim conto sempre com fatos, como é o caso das recentes denúncias que levaram ao afastamento dos diretores do Senado. Quem sabe, a partir delas um dia a ficha cai e mexe definitivamente com a consciência da sociedade que só vem pagando a conta.

EFORMA ADMINSTRATIVA

A reforma administrativa pretendida pelo presidente do Senado, Jose Sarney, por óbvio não propõe o fechamento da Casa. Por enquanto fala em diminuição de cargos, não de funcionários. A gastança certamente continuará e os desvios, idem. Até que novas denuncias provoquem uma nova reforma tímida.

PINTAR PAREDES

Nós não precisamos de reforma administratia no Senado, gente. Precisamos de reforma no país. Que promovam corte de custos da máquna pública onde estão o Executivo, o Legislativo e Judiciário. Reformar o Senado, como se sabe, conssite em pintar as paredes e comprar moveis novos. E dar empregos para parasitas que recebem horas extras.

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17 mar 2009

ENCARANDO A CRISE


ANSIEDADE

O que a maioria dos seres humanos do mundo todo mais quer ouvir neste momento é que a crise global está perdendo força. Ao prceber a ansiedade e procurar atender ao grande desejo dos terráqueos, o presidente do FED, Ben Bernanke, encheu muita gente de esperança ao dizer, ontem, que a economia americana vai começar a crescer a partir de 2010.

GRUPO INERTE

Ao tomar conhecimento da declaração de Bernanke, nós brasileiros, que infelizmente pertencemos ao grupo de habitantes da Terra que pouco ou nada fazem para mudar alguma coisa no nosso quintal, já nos colocamos diante da janela para poder assistir e aproveitar o fim da catástrofe econômica mundial.

BASTA TER FÉ

A nossa índole, infelizmente, não é a de promover reformas e acertos por vontade própria. Acreditamos que a força divina vai e deve fazer o que é preciso. Basta ter fé, pedir ajuda a Deus e fazer votos de que tudo vai melhorar. Pronto. Assim, se alguma coisa de bom acontecer, o presidente Lula e os santos receberão os méritos da conquista.

DEUS EXISTE?

Desta forma, mesmo sabendo que Beranke jogou muito mais para a torcida, promovendo um efeito mais psicológico, ainda assim vamos deixar para trás o tema de casa. Pergunto: será que Deus existe mesmo, gente? Ele não está sendo maldoso em não dizer alertar que nós somos responsáveis pelos nossos erros e omissões?

RELATÓRIO

Pois,no momento em que Bernanke tratava de aumentar a estima dos americanos, o Morgan Stanley divulgava um relatório que prevê uma queda de 4,5% para o PIB brasileiro. A nota, como sabe, deixou Lula extremamente irritado e completamente sem raciocínio.

VAMOS REZAR

Ao invés de olhar o estudo do banco americano com atenção, Lula preferiu ficar enfurecido. Mostrou o sentimento dizendo que o Morgan não acertou a situação vivida pelos EUA. Ora, melhor seria Lula saísse de lá mais do que convencido de que com boas reformas nós ficaríamos livres de tais prognósticos e provocações. Vamos rezar.

FALECIDO BNH

Confesso que muito me preocupa o fato de que, diante de uma fantástica crise de crédito, o governo brasileiro entenda que é preciso estimular ainda mais o consumo financiado. Crédito destinado às famílias que não têm a mínima possibilidade de pagar só tem um propósito: um calote generalizado. Já fizemos isso com o falecido BNH (Banco Nacional de Habitação) e vamos repetir o erro em 2009/2010.

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16 mar 2009

SILÊNCIO PERTURBADOR


ENTIDADES DE CLASSE

Para não expor, tanto pessoas físicas quanto jurídicas, aqueles que, individualmente, aprovam ou discordam de procedimentos (ou a falta deles), por parte das autoridades, as entidades de classe, por representarem o pensamento coletivo, servem para cumprir esse papel com enorme objetividade.

ESCUDO E LANÇA

Funcionando, simbolicamente, ora como um escudo, ora como uma lança, as entidades têm o poder de se manifestar com mais liberdade, evitando assim as perseguições individuais dizendo o que entendem como nocivo e/ou benéfico para o desenvolvimento das atividades econômicas e sociais.

SILÊNCIO PERTURBADOR

Pois, para minha surpresa, nenhuma entidade empresarial do RS manifestou apoio à governadora Yeda, depois da vitória obtida pelo governo (sociedade) na decisão tomada em votação na Assembléia Legislativa, na semana passada, determinando que os grevistas não mais recebam pelos dias parados. Foi um silêncio perturbador.

OMISSOS

Enquanto o derrotado CPERS afirma, alto e bom som, que dará publicidade, de forma negativa, aos deputados que votaram pelo fim do abono do ponto aos grevistas, as entidades, que deveriam fazer exatamente o contrário, informando quem são os deputados conscientes, ficaram em silêncio. Uma omissão indesculpável.

TANTO FAZ

As entidades empresariais não podem nem devem agir e se manifestar somente quando o governo pretende aumentar ou criar impostos. Outras propostas exigem manifestações de apoio ou discordância. A passividade é perigosa, pois dá a impressão de que está tudo bem. Ou que tanto faz.

SEM RESSALVAS

A mais recente decisão, tomada ontem pelo neo-comunista Hugo Chávez, quando mandou o seu exército tomar os portos e aeroportos, deu a entender que, finalmente, foram cumpridos todos os requisitos para que a Venezuela integre o Mercosul. Depois desta façanha altamente democrática, o nosso Parlamento já pode dar o SIM sem ressalvas. Estamos de acordo?

CURIOSIDADE

Em janeiro, o déficit comercial dos Estados Unidos ficou em US$ 36 bilhões. As exportações atingiram US$ 124,9 bilhões e importações US$ 160,9 bilhões. Ou seja, com toda esta crise os EUA exportaram, só em janeiro, tudo aquilo que o Brasil exportou no ano de 2008. Que tal?

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13 mar 2009

ALGO A COMEMORAR


VIDA NADA FÁCIL

Quem acompanha mais de perto a vida da governadora Yeda Crusius, do RS, sabe que não tem sido nada fácil administrar o Estado gaúcho cheio de privilégios. Mesmo assim, quanto maiores são os ataques de seus opositores, mais a governadora mostra fibra e coragem no enfrentamento.

OS ALGOZES INJUSTOS

Seus opositores (principalmente os petistas) não param de acusar a governadora Yeda e seu partido de uma série de sujeiras e ilegalidades. Além de não apresentar mínimas provas são os próprios algozes que vivem propondo, exigindo e aplaudindo uma série de coisas absurdas carregadas de incompreensíveis injustiças.

AFIRMAÇÃO COMPLICADA

Um desses opositores, o deputado petista Daniel Bordignon, que por sinal teve a sua candidatura à Prefeitura de Gravataí cassada, se saiu com a seguinte afirmação, ontem, no plenário da Assembléia Legislativa do RS, momentos antes da votação que definia os necessários descontos de salário, referente aos dias em que os grevistas não trabalham: - Não fiquem ao lado daqueles que são contra os trabalhadores. Vocês têm uma origem popular na luta, e aqui, existem sindicalistas, lutadores e homens do povo que estão sendo punidos. A quem interessa essa punição, senão à governadora?

DEFENDENDO O INDEFENSÁVEL

Em síntese: dentro da lógica petista, o deputado Bordignon, pelo que declarou, entende que os professores que não aderiram à greve são grandes idiotas. Aqueles que não aderem às greves, para o petista, não são trabalhadores. Ora, pro inferno com este tipo de consciência.

VIVA O NEOLIBERALISMO

Não satisfeito o deputado ensandecido ainda emendou dizendo que o governo Yeda é burguês e essencialmente neoliberal. Ora, pelo fato de ser justo na medida o governo Yeda é neoliberal? Bem, se é por aí já temos razões de sobra para darmos um - Viva! - ao neoliberalismo.

VITÓRIA DA DECÊNCIA

O que mais importa, enfim, é que, felizmente, no final das contas, com 27 votos a favor e 21 contrários, os deputados gaúchos decidiram manter o corte do ponto da categoria. Diante de tanta coisa ruim no RS, pelo menos já há algo a comemorar.

UM BOM INDÍCIO

Embora preocupe o fato de que 21 deputados votaram contra, ou seja, entendem que grevistas devem ter o ponto abonado, o que é pra lá de indecente, o fato é que esta decisão pode e deve ser seguida por outros legislativos. Tomara. Se a conquista é pequena diante de tanto descalabro, ao menos já é um bom indício.

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